Casamento coletivo com 24 custodiados é realizado na Cadeia Pública de Cornélio Procópio 16/07/2025 - 12:37
Nesta segunda-feira (14), um casamento coletivo com 24 pessoas privadas de liberdade (PPL) e suas respectivas noivas foi realizado na Cadeia Pública de Cornélio Procópio, uma iniciativa da Vara Criminal de Cornélio Procópio em parceria com a Polícia Penal do Paraná (PPPR), com o apoio da Defensoria Pública do Paraná, do Conselho da Comunidade de Cornélio Procópio e da Prefeitura Municipal de Cornélio Procópio através do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).
Sobre a importância da ação, o policial penal e coordenador em exercício da Regional Administrativa da PPPR em Londrina, Cristiano Ivano, destacou que: “mais do que uma cerimônia simbólica, este projeto representa o reconhecimento de que, mesmo privados temporariamente de sua liberdade, os homens custodiados seguem sendo sujeitos de direitos. Sabemos que o fortalecimento dos vínculos afetivos é um dos pilares para reduzir a reincidência criminal e dar sentido ao processo de reintegração social. Este é o nosso compromisso enquanto gestão regional da Polícia Penal: apoiar iniciativas que promovam a dignidade, a inclusão e o respeito à cidadania das pessoas privadas de liberdade”, disse.
A juíza da comarca de Cornélio Procópio, Drª Danielle Marie de Farias Serigati Varasquim, complementou a reflexão ao enfatizar o impacto social e emocional desse tipo de evento para os custodiados. “O casamento para pessoas privadas de liberdade pode ser visto como um meio de restaurar a dignidade humana. Estar em privação de liberdade afeta profundamente sua identidade e autopercepção. No entanto, permitir que esses indivíduos celebrem uma união matrimonial é reconhecer que, apesar das circunstâncias, eles ainda têm direito a experiências que são fundamentais para a condição humana. A reintegração social é um dos maiores desafios enfrentados por pessoas que saem do sistema prisional. O casamento pode atuar como uma ponte para esta reinserção ao meio social, oferecendo uma rede de suporte que facilita a transição de volta à sociedade. A existência de laços familiares pode proporcionar um sentido de pertencimento e uma rede de apoio, ambos cruciais para evitar a reincidência ao sistema prisional. Além disso, a sociedade tende a perceber os indivíduos casados como mais estáveis e comprometidos, o que pode melhorar as oportunidades de emprego e interação social pós-libertação”, explicou.
Também ressaltando os efeitos positivos do matrimônio de custodiados do sistema prisional, o policial penal e gestor da Cadeia Pública de Cornélio Procópio, Francisco Assis de Melo afirma que: “o casamento é importante na vida dessas pessoas, que estão nesse momento passageiro privado de sua liberdade e que retornarão a sociedade no final do cumprimento de suas penas, pois traz uma segurança jurídica na regularização matrimonial e familiar, fortalece os laços familiares, além do exercício pleno da cidadania”, enfatizou.
“A realização deste casamento foi desafiadora e que somente foi possível por existir a parceria e colaboração entre instituições, além da sociedade civil organizada, que, neste caso, ajudou com a doação da decoração e flores para o local, além de roupas para os noivos”, completou a Drª Danielle Marie de Farias Serigati Varasquim.
Presenças - Estiveram presentes na cerimônia, a juíza da comarca de Cornélio Procópio Dra. Danielle Marie de Farias Serigati Varasquim; o promotor de justiça da Comarca de Cornélio Procópio, Dr. Carlos Eduardo de Souza; a defensora pública Dra. Raíssa Dias Zaia; o prefeito de Cornélio Procópio, Dr. Raphael Sampaio; o presidente do Conselho da Comunidade de Cornélio Procópio, Dr. Marcus Leandro Alcântara Genovezi e o presidente da Ordem dos Advogados – Subseção Cornélio Procópio, Dr. Márcio Aurélio do Carmo.