Projeto realizado em penitenciária de Guarapuava é reconhecido nacionalmente por iniciativa no combate à tuberculose 13/05/2025 - 09:32
Um trabalho desenvolvido na Penitenciária Industrial de Guarapuava (PIG) foi destaque no Seminário Nacional de Tuberculose em Pessoas Privadas de Liberdade, realizado nos dias 7 e 8 de maio, em Brasília. A iniciativa, fruto da parceria entre a Polícia Penal do Paraná (PPPR) e a Prefeitura de Guarapuava, foi reconhecida como uma das dez melhores práticas do país no enfrentamento da tuberculose no sistema prisional.
O evento foi organizado pelo Ministério da Saúde por meio da Coordenação-Geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Microbactérias não Tuberculosas, do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (CGTM/Dathi/SVSA/MS).
Representando a Polícia Penal, a enfermeira Luciana Vargas, que atua na PIG, foi a responsável por apresentar os resultados do trabalho, intitulado “Implementação do Teste Rápido Molecular de Tuberculose como Rastreio da Doença na Triagem Inicial de Pessoas Privadas de Liberdade Transferidas para a Penitenciária Industrial de Guarapuava”. Segundo ela, desde maio de 2024, todos os apenados que ingressam na unidade são submetidos ao teste rápido molecular para tuberculose, mesmo sem apresentarem sintomas. Anteriormente, o exame era realizado apenas em casos com indícios respiratórios. “A nova medida possibilitou o diagnóstico precoce, o início imediato do tratamento e a prevenção da disseminação da doença entre os custodiados e também fora da unidade”, explicou Luciana.
“A participação de Luciana Vargas no seminário é um exemplo do compromisso da enfermagem com a saúde pública e com a busca por soluções inovadoras e eficazes para os desafios sanitários do país. Seu trabalho serve de inspiração para outros profissionais da saúde e reforça a importância da colaboração e do trabalho em equipe no combate à tuberculose”, destacou o coordenador regional da Polícia Penal do Paraná em Guarapuava, Marlon Rafael Picioni.
A enfermeira Larissa Bento de Azevedo, que atua no Ambulatório Médico de Pneumologia e Dermatologia Sanitária de Guarapuava, comemora a participação do projeto no evento realizado na capital federal. “Participar do seminário foi uma validação importante de que nosso trabalho realmente faz a diferença. Nossa iniciativa é totalmente autônoma — sem financiamento ou equipe externa — e realizada além das atividades rotineiras. Atuamos diretamente dentro da penitenciária, com busca ativa de sintomáticos respiratórios, mas nosso impacto vai além dos muros. Como os apenados mantêm contato com visitantes e eventualmente retornam à comunidade, nosso trabalho contribui para a prevenção da tuberculose tanto no ambiente prisional quanto na sociedade em geral. Estamos muito felizes com o reconhecimento”, destacou.
A iniciativa fortalece o Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública e está alinhada com as estratégias globais de combate à doença. Além disso, atende aos objetivos do Programa Brasil Saudável, que busca intensificar a atenção à saúde das pessoas privadas de liberdade e da comunidade carcerária.