A Polícia Penal do Paraná (PPPR) promoveu a participação dos custodiados do Complexo Médico Penal (CMP), em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba, na 6ª Jornada da Leitura no Cárcere, evento nacional organizado pelo Observatório do Livro e da Leitura, em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

A atividade, transmitida ao vivo pela internet para unidades penais de todo o país, reuniu cerca de 80 custodiados no auditório do CMP entre os dias 17 e 19 deste mês. Durante três dias, os participantes acompanharam debates, palestras e relatos de especialistas que defendem a leitura e a escrita como instrumentos de transformação social dentro e fora do ambiente prisional.

Além de promover o incentivo à prática leitora, a Jornada aprofundou discussões sobre a negritude no sistema prisional brasileiro, destacando que pessoas negras — pretas e pardas, conforme classificação do IBGE — compõem a maior parte da população carcerária do país. O evento reforçou a leitura como direito humano fundamental e como ferramenta de construção de conhecimento, liberdade e reinserção social. O diálogo entre autores, egressos, educadores sociais e pessoas privadas de liberdade buscou inspirar trajetórias e fortalecer políticas de valorização da palavra escrita.

O diretor do CMP, Renê Fernandez, destacou o impacto positivo das ações de leitura na rotina da unidade: “Tentamos trazer bastante oportunidades para os custodiados aqui na unidade, que promovam a leitura crítica, a educação e amplia a base de conhecimento das pessoas. Procuramos fazer o máximo possível para que essas jornadas, rodas de leitura e remição pela leitura tenham maior abrangência possível no CMP. Isso tem ajudado bastante no clima interno da unidade, pois as pessoas privadas de liberdade que têm entendido bem o método que está sendo utilizado estão aproveitando cada vez mais as oportunidades de melhorar a educação. Isso tem sido muito importante para o Complexo como um todo”, afirmou.

A pedagoga do CMP, Adriane Moro, também ressaltou a relevância da Jornada para o sentimento de inclusão dos participantes: “Achei a jornada muito interessante, pois pôde demonstrar às pessoas privadas de liberdade a grandiosidade do trabalho que é desenvolvido não só na nossa unidade, mas em todo o país. Eles se sentiram incluídos em um grupo muito especial, que alcançou várias cidades. As falas foram motivadoras e demonstraram o quanto é rico o universo da leitura”, destacou.

A participação na 6ª Jornada da Leitura no Cárcere integra as ações de educação e reintegração social desenvolvidas pela PPPR, enfatizando a importância do acesso à leitura e ao conhecimento como instrumentos para a transformação pessoal e social de pessoas privadas de liberdade.