Uma tarde de conscientização, aprendizado e acolhimento marcou o dia 31 de maio no Complexo Social de Maringá, com a realização de uma aula especial de Defesa Pessoal para 30 mulheres monitoradas e egressas do sistema penal da Regional Administrativa da Polícia Penal do Paraná (PPPR) de Maringá. O evento, promovido em alusão ao Dia das Mães, teve como foco principal o fortalecimento da autoestima, a construção de uma rede de apoio e, sobretudo, o combate à violência contra a mulher, incentivando a prevenção e a superação de contextos de vulnerabilidade.

Segundo o coordenador do Complexo Social de Maringá, José Paulo Viana da Silva, o evento reforça o propósito da instituição de promover o acolhimento e a reconstrução de vínculos sociais. “Mais do que atividades pontuais, buscamos oferecer experiências que fortaleçam a autoestima, incentivem a autonomia e contribuam para a reinserção das mulheres na sociedade de forma digna e segura”, destacou.

A programação foi aberta com uma palestra sobre feminicídio, ministrada pelos policiais militares Márcia Fernanda Pereira de Souza e soldado Daniel Fávaro, da Patrulha Maria da Penha de Maringá. Com o auxílio de um telão, eles apresentaram casos reais e dados alarmantes sobre a violência contra a mulher no Brasil, promovendo reflexões entre as participantes.

“Nossa missão é conscientizar e, principalmente, mostrar que a mulher não está sozinha. Há caminhos de proteção, e o primeiro passo é a informação”, destacou a soldado Márcia Fernanda Pereira de Souza, reforçando a importância de quebrar o silêncio e buscar apoio.

Na sequência, a lutadora Isabele Monique de Oliveira Celestrino e seu instrutor Wladimir Schmidt conduziram uma palestra interativa e uma aula prática de defesa pessoal. A dupla apresentou técnicas simples e eficazes que podem ser aplicadas no dia a dia, ensinando como reagir diante de situações de ameaça física e como agir com firmeza e segurança. As participantes não só assistiram, como também praticaram os movimentos, num ambiente descontraído e de apoio mútuo. “Mais do que aprender a se defender, essas mulheres precisam voltar a acreditar em si mesmas. A autodefesa começa na mente, e quando a mulher entende que tem valor, ela se posiciona com mais força diante da vida”, afirmou Wladimir Schmidt, destacando a importância do fortalecimento psicológico como base da autodefesa.

Além do conteúdo educativo, a tarde também foi marcada por momentos de descontração e valorização. Houve sorteio de brindes, coffee break e muita animação, promovendo a integração entre as mulheres presentes. Enquanto isso, os filhos das egressas puderam aproveitar atividades recreativas com desenhos, jogos de adivinhação e sessão de cinema com pipoca e refrigerante, tudo sob o cuidado atencioso das extensionistas do Núcleo de Apoio ao Monitorado (Nupem).

O evento foi possível graças ao envolvimento de parceiros comprometidos com a causa da reinserção social e valorização da mulher. Os organizadores agradeceram o apoio da Associação ANPAG Alto Giro, da Recco Lingerie, do Rotary Maringá Parque do Ingá, do Conselho da Comunidade de Maringá e dos extensionistas do Nupem, que ajudaram a transformar a tarde em um momento especial e memorável.