Café Colonial marca o encerramento do Curso de Cozinheiro no Complexo Social de Cascavel 30/08/2023 - 16:40

Um café colonial com diversos pratos preparados por quatro monitorados por tornozeleira eletrônica, do Complexo Social de Cascavel, marcou o encerramento do Curso de Cozinheiro.

O evento ocorreu nesta quarta-feira (30), nas dependências do Complexo Social e reuniu autoridades, representantes de empresas e setores públicos conveniados, gestores da Polícia Penal do Paraná (PPPR), integrantes de entidades civis, entre outros convidados.

O curso faz parte de um cronograma desenvolvido pela Polícia Penal do Paraná em parceria com a Secretaria Estadual de Educação (SEED) e o Grupo E-social, por meio da Divisão de Tratamento Penal.

O coordenador regional da PPPR em Cascavel, Thiago Correia, explica que a ação integra um dos eixos da Polícia Penal em proporcionar tratamento penal humanizado às pessoas privadas de liberdade ou egressas do sistema penitenciário.

“As pessoas muitas vezes pensam que a polícia só atua com a repressão e o combate ao crime, mas no caso da Polícia Penal, isso vai além. Existe o compromisso de custódia e segurança preconizados pela Lei de Execução Penal, mas também temos a missão de devolver à sociedade uma pessoa melhor e diferente de quando ela chegou ao sistema prisional. O que vemos na prática hoje é o resultado deste trabalho”, afirmou.

O chefe do Complexo Social de Cascavel, Sérgio Vicente da Silva, explica que a qualificação teve duração de quatro meses e uma carga horária de 400 horas/aula, divididas entre teoria e atividades práticas.

“A formação é bastante ampla. Eles aprenderam a fazer massas, panificação, atendimento ao público, empreendedorismo, entre outros. O café colonial é para que eles possam mostrar ao público externo um pouco do que os alunos aprenderam ao longo do curso”, disse.

A coordenadora de ações estratégicas do Grupo E-social, Mara Abiaque, diz que além das unidades prisionais de Cascavel, os diversos cursos da empresa, também são ofertados no Complexo de Piraquara e nas unidades de Ponta Grossa.

“A empresa já possui uma história de 15 anos no mercado e atingiu no final de 2022 a meta de 1 milhão de pessoas capacitadas por algum curso profissionalizante ou de capacitação, voltados ao empreendedorismo e às demandas apresentadas pelo mercado de trabalho”, afirmou.

Nascido na Argentina, o professor e formador da turma, Agustín Landeyro, conta que os quatro alunos se mostraram bastante dedicados ao longo das aulas.

“Eles aprenderam as boas práticas de manipulação de alimentos, higiene dos ambientes de cozinha, higiene, além das diferentes receitas, sejam típicas, regionais ou pratos de outras nacionalidades. Aprenderam desde a alimentação do dia a dia até pratos mais rebuscados”, disse.

Com a conclusão do curso, além da qualificação, os quatro monitorados receberão um certificado e também terão direito à remição de pena. A cada 12 horas de estudo, um dia será diminuído do tempo total de condenação. Para um dos formandos, representa uma oportunidade de recomeçar a vida.

“Eu nunca imaginei que um dia pudesse cozinhar. Era algo que eu não gostava, porém o curso me proporcionou o conhecimento de aprender a fazer pratos diferentes e entender que o cozinhar é uma arte e não um trabalho rotineiro”, finalizou.

 

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