Casamento coletivo celebra união de pessoas privadas de liberdade em Cascavel 13/06/2025 - 16:19

Na manhã desta sexta-feira (13), o auditório do Conselho da Comunidade de Cascavel foi cenário para a celebração de 11 casamentos civis de pessoas privadas de liberdade, como parte da terceira edição do projeto “Casando Direitos”, promovido pela Defensoria Pública do Estado do Paraná, com apoio da Polícia Penal do Paraná (PPPR).

A cerimônia reuniu casais formados por internos da Penitenciária Industrial Marcelo Pinheiro – Unidade de Progressão (PIMP-UP), da sede da Coordenação Regional da Polícia Penal em Cascavel e da Penitenciária Estadual Thiago Borges de Carvalho (PETBC) e suas respectivas companheiras.

O vínculo familiar dos apenados pode funcionar como uma importante fonte de motivação para que os custodiados se comprometam com a ressocialização. Saber que têm uma família que os espera, apoia e deseja seu progresso pode criar o estímulo necessário para abandonar comportamentos criminosos e buscar uma vida diferente. Consequentemente, a tendência é que o comportamento dos internos seja mais amistoso, evitando o cometimento de faltas disciplinares e tornando o ambiente mais estável nos estabelecimentos prisionais.

O coordenador regional da Polícia Penal em Cascavel, Thiago da Costa Correia, participou da solenidade e ressaltou a importância de ações que fortaleçam os vínculos sociais e contribuam para o processo de ressocialização. “A família é parte essencial do processo de ressocialização. O que estamos fazendo aqui é selar esse vínculo como um passo importante na finalização do cumprimento da pena. Quando o apenado tem uma família para cuidar, ele encontra uma motivação positiva para reconstruir sua vida ao retornar à sociedade”, afirmou Thiago Correia. Ele também destacou a importância das noivas que aceitaram se casar durante o período de reclusão: “Isso mostra que, de alguma forma, esses homens estão no caminho certo e conseguiram demonstrar mudança para quem está do lado de fora. A união familiar deve ser vista como um dos pilares da ressocialização, ao lado da educação e da própria reprimenda”, complementou.

A coordenadora da Assessoria Especial para Mutirões de Atendimento da Defensoria Pública e responsável pelo projeto, defensora pública Mariana Mantovani Monteiro, destacou que o Casando Direitos tem como missão garantir direitos fundamentais às pessoas privadas de liberdade, como o direito à formação de família, previsto na Constituição Federal e na Lei de Execução Penal. “Estamos muito felizes com a receptividade da unidade, do cartório de registro civil e de todos os parceiros envolvidos. Nosso objetivo é que esse momento vá além de uma formalidade e se torne uma verdadeira celebração do amor e do afeto, assegurando o direito à constituição de família, mesmo em situação de privação de liberdade”, afirmou Mariana.

Conforme a defensora pública, a ação não apenas resguarda direitos fundamentais garantidos pela Constituição Federal, como também pode gerar impactos positivos nas famílias e comunidades dos apenados. “A Defensoria Pública tem o dever de garantir assistência jurídica integral e gratuita — e isso inclui todos os direitos, não apenas alguns. Fico especialmente feliz em atuar neste projeto, que promove união em um ambiente onde normalmente lidamos com separações. É um privilégio”, completou Mariana.

Após a oficialização dos casamentos civis, os casais receberam uma bênção ecumênica proferida pelo padre Divo de Conto, pároco da Catedral Nossa Senhora Aparecida, respeitando as diferentes espiritualidades e reforçando o valor da fé na reconstrução de vidas.

A cerimônia foi encerrada com um coffee break, reunindo noivos, autoridades, defensores públicos, representantes da sociedade civil e servidores da Polícia Penal.

Para um dos participantes, a celebração simbolizou mais do que a formalização de uma união: foi um passo importante em direção à dignidade, ao recomeço e à esperança. “O momento é ainda mais especial para mim, pois vou conhecer meu filho, que está com um ano e dois meses. Graças à oportunidade do casamento civil, poderei vê-lo pessoalmente pela primeira vez. É algo muito significativo — importante para mim, para minha esposa, para o nosso filho e também para nossos pais, que sonham em ver nossa família unida e em crescimento. É uma felicidade imensa. Acredito que a família seja um instrumento fundamental no processo de ressocialização”, disse um dos custodiados.

Além de Cascavel, o projeto Casando Direitos já passou pelas unidades de Cruzeiro do Oeste e Guaíra no ano passado. A iniciativa conta com o apoio da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Paraná (Arpen-PR) e do Fundo de Apoio ao Registo Civil de Pessoas Naturais (Funarpen), permitindo que os casamentos sejam realizados gratuitamente por meio de um convênio firmado com a Defensoria.

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