Concluído curso de Justiça Restaurativa para policiais penais e custodiados no Complexo Penitenciário de Piraquara 20/10/2025 - 16:50
Nesta segunda-feira (20), foi concluído o curso de Justiça Restaurativa promovido pelo projeto Cultivar a Paz, iniciativa do Instituto Aurora para Educação em Direitos Humanos, financiada pela Vara de Execuções Penais (VEP), Medidas Alternativas e Corregedoria dos Presídios de Curitiba.
O projeto Cultivar a Paz tem como objetivo capacitar policiais penais e pessoas privadas de liberdade (PPL) em Justiça Restaurativa e Direitos Humanos, além de formar esses públicos como facilitadores em Círculos de Construção de Paz. A iniciativa contribui para aprimorar as práticas do sistema de justiça criminal e das políticas penais, alinhada às metas do Plano Nacional Pena Justa, do Conselho Nacional de Justiça e do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Realizado ao longo de 2025, o projeto contou com um curso online de 40 horas, composto por videoaulas exclusivas para policiais penais da Penitenciária Central do Estado – Unidade de Progressão (PCE-UP), Penitenciária Feminina do Paraná (PFP) e Colônia Penal Agroindustrial do Estado do Paraná (CPAI). Além disso, foram realizados três cursos presenciais de formação em Círculos de Construção de Paz para policiais e PPL da PCE-UP e PFP, totalizando: 10 policiais penais formados no curso online de Justiça Restaurativa e Direitos Humanos na PCE-UP; 16 policiais penais capacitados em Círculos de Construção de Paz na PCE-UP; 18 policiais penais formados nos dois cursos na PFP; 9 policiais penais formados em Círculos de Construção de Paz na CPAI; 30 apenados formadas em Círculos de Construção de Paz na PCE-UP; 15 PPL formadas na PFP; além de 6 encontros de supervisão para implementação da abordagem restaurativa nas rotinas das unidades PCE-UP e PFP.
“A Justiça Restaurativa nos permite repensar atitudes e melhorar significativamente as relações interpessoais. Trazer essa prática para dentro da Unidade de Progressão e outras unidades é fundamental. Estamos em fase final para tornar essa abordagem permanente, envolvendo servidores e pessoas privadas de liberdade”, afirmou Cláudia Grignet Fardoski Souto, diretora da PFP.
Michele Bravos, cofundadora e diretora executiva do Instituto Aurora e coordenadora geral do projeto, destacou a missão da instituição: “Defendemos a educação em direitos humanos como caminho para uma sociedade justa e livre de preconceitos. Trabalhamos com pesquisas, parcerias públicas e ações educativas voltadas para juventudes, mulheres e servidores, sempre alinhados à Agenda 2030 da ONU. Nosso sonho é que as pessoas reconheçam nossa humanidade comum e respeitem as diferenças”, explicou.
A juíza da Vara de Execuções Penais da Comarca de Curitiba, Dra. Laryssa Angélica Copack Muniz, que acompanha a Justiça Restaurativa há 11 anos, destacou a transformação pessoal que essa prática promoveu em sua carreira: “Conheci a Justiça Restaurativa em 2014 e ela mudou minha forma de agir. De juíza punitivista, rígida, passei a fazer justiça com mais humanidade. Este curso encerrado hoje reforça meu compromisso de continuar promovendo essa transformação”, reconheceu. “Gostaria de ressaltar o compromisso da Polícia Penal do Paraná em instituir novas ferramentas no tratamento penal, que realmente ajudem a fazer cumprir a Lei de Execuções Penais, em sua integridade, principalmente no que tange a reintegrar à sociedade as pessoas egressas do sistema prisional”, completou a juíza.
O encerramento do curso marca um avanço importante na qualificação da Polícia Penal do Paraná e na implementação de práticas restaurativas no sistema prisional, promovendo dignidade, respeito e promoção dos direitos humanos no ambiente carcerário.