Ao cumprir agenda na última sexta-feira (15), na região Oeste do Paraná, o Secretário Estadual de Segurança Pública, Coronel Hudson Leôncio Teixeira, visitou a Penitenciária Estadual Thiago Borges de Carvalho (PTBC) e conheceu um pouco dos trabalhos desenvolvidos na unidade.

Acompanhado de gestores da Polícia Penal do Paraná (PPPR) e do comandante do 4º Grupamento do Corpo de Bombeiros em Cascavel, Tenente-Coronel Rogério Lima de Araújo e do comandante do 6º Batalhão de Polícia Militar em Cascavel, Major Cícero Tenório, Hudson adentrou a penitenciária para conhecer a estrutura e as atividades desempenhadas em prol das pessoas privadas de liberdade (PPL).

Conforme o secretário, a agenda faz parte de um cronograma com o objetivo de conhecer a realidade do trabalho desempenhado pela PPPR.

“Tenho visto o capricho e o empenho por parte dos gestores, apesar das condições, às vezes, precárias. Mesmo na precariedade, eles não medem esforços para dar condições dignas para as pessoas privadas de liberdade, tanto na questão do cumprimento de pena, bem como na ressocialização. Vim para ver no que eu posso ajudar, o que eu posso trazer de Curitiba para tentar tornar ainda mais tranquila essa gestão”, disse.

“Destacamos a presença de nosso Secretário de Estado em nossa regional administrativa de Cascavel, especialmente na PETBC, onde contamos com quase 1 mil apenados recolhidos. Por lá, temos programas de trabalho, de estudo, separação de galerias e temos principalmente um tratamento penal humanizado. Esta visita é muito relevante pois destaca o trabalho realizado pela PPPR, sendo esta unidade penal a que reúne o maior número de custodiados da região Oeste do Paraná”, enfatiza o diretor adjunto da Polícia Penal do Paraná, Maurício Ferracini.

O coordenador regional da PPPR, em Cascavel, Thiago Correia e o diretor da PETBC, Sérgio Sarquis, mostraram ao secretário os canteiros de trabalho ativos dentro da penitenciária. Além disso, os espaços destinados às visitas, atividades educacionais e as galerias mais destruídas nas rebeliões de 2014 e 2017 (hoje já recuperadas) foram visitadas.

Correia explica que nos dias atuais, mais de 400 PPLs trabalham na PETBC, por meio de 15 convênios que foram firmados com entidades públicas e empresas privadas. Deste total, mais de 100 são autorizadas pelo Poder Judiciário a desempenhar atividades laborais em canteiros de trabalho externo e quase 230 são remunerados com salário mínimo, por meio de lei específica o que possibilita, também, ajudar as famílias dos custodiados.

“É uma penitenciária emblemática, pois foi palco de duas violentas rebeliões. Hoje ela passa por um processo de industrialização. Isso significa trazer a sociedade civil organizada para dentro da unidade, atraindo o corpo empresarial da cidade e mostrando que é possível fazer empreendimentos dentro do sistema prisional. Além da contribuição social um ganho significativo na redução da reincidência criminal”, afirmou.

Já o diretor da PETBC, Sérgio Sarquis, conta que além dos diversos canteiros de trabalho, as PPLs custodiadas na unidade também são inseridas em atividades educacionais. São quase 500 pessoas que participam de aulas do ensino regular, projeto de remição por leitura, leitura livre ou cursos de qualificação e capacitação, ofertados com apoio de parceiros da Polícia Penal, entre eles, o Conselho da Comunidade de Cascavel.

“É importante que ele [secretário] conheça os trabalhos realizados na unidade, pois nem sempre é possível que ele esteja na região, mesmo longe conheceu e sabe tudo o que acontece na unidade, as nossas dificuldades, nossos anseios e o que precisamos para melhorar e trazer um tratamento penal de qualidade para a PPPR”, destacou.

Renomeações – A PETBC já teve outros dois nomes: Centro de Detenção e Ressocialização de Cascavel (CDR) e Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC). A atual renomeação ocorreu em 2021, por meio de decreto governamental em homenagem ao policial penal Thiago Borges de Carvalho, morto em serviço na cidade de Londrina.

Em 2014 uma rebelião destruiu certa de 70% da estrutura de custódia da unidade. Quando a penitenciária se recuperava dos estragos, foi alvo de outra grande rebelião, em 2017. A violência deixou marcas na estrutura física e abalou profundamente os servidores que atuavam no sistema à época.

Atualmente com uma proposta de modernização, a PETBC tem focado no tratamento penal e contribuído com a formação operacional dos policiais penais e dos servidores técnicos, administrativos e terceirizados que atuam na unidade.