A Colônia Penal Industrial de Maringá (CPIM) finalizou o Curso de Operação e Manutenção em Motoniveladora, iniciativa da Polícia Penal do Paraná (PPPR) em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-PR). O treinamento envolveu oito pessoas privadas de liberdade (PPL) e totalizou 24 horas de atividades teóricas e práticas.

O objetivo da formação foi ampliar o conhecimento técnico dos participantes e criar condições reais para a reinserção no mercado de trabalho.

A motoniveladora é uma máquina pesada com uma lâmina central ajustável, usada para nivelar, cortar, espalhar e moldar superfícies de terra com alta precisão, sendo essencial em terraplanagem, construção de estradas, agricultura e obras de infraestrutura para preparar o terreno e criar declives, distribuindo material uniformemente e controlando o escoamento de água.

Segundo o instrutor Valdecir de Oliveira Sanches, responsável pelo módulo regulamentado pela NR 31.12, o conteúdo foi estruturado para garantir domínio seguro e eficiente do equipamento. Entre os temas abordados estavam segurança operacional, primeiros socorros, meio ambiente, simbologias, diagnóstico, checklist e procedimentos práticos.

Para o coordenador da regional da PPPR em Maringá, Júlio César Vicente Franco, iniciativas como essa reforçam uma política de transformação. “Cada curso representa uma oportunidade concreta de recomeço. Essa construção só é possível graças ao empenho de servidores, parceiros e alunos, que se dedicam a trilhar novos caminhos”, afirmou.

O diretor da unidade, Silvino Molina de Sousa, avaliou a capacitação como um instrumento de mudança. “Quando oferecemos conhecimento, oferecemos também a chance de um novo início. Cada habilidade adquirida amplia horizontes e fortalece a autonomia daqueles que desejam reconstruir suas trajetórias”, declarou.

A pedagoga da CPIM, Ivanir Jolio, reforçou o impacto educacional do projeto. “O momento em que o aluno percebe que é capaz de aprender algo novo é também o momento em que começa a acreditar na própria transformação. A educação é uma chave essencial nesse processo”, disse.

Ao longo das aulas, o comprometimento dos participantes chamou atenção do instrutor Valdecir de Oliveira Sanches. “Eles se dedicaram integralmente. Mesmo aqueles com maior dificuldade de leitura ou escrita fizeram anotações detalhadas. A concentração era tamanha que, em alguns momentos, pareciam até esquecer que estavam cumprindo pena”, afirmou.

A fase prática ocorreu no município de Ivatuba, onde o grupo teve acesso direto ao equipamento. Para muitos, foi a primeira experiência com uma motoniveladora. O instrutor descreveu a vivência como enriquecedora. “Foi impressionante observar a disposição para aprender algo totalmente novo. Eles abraçaram a oportunidade com entusiasmo”, afirmou Valdecir, reconhecendo também o suporte dos policiais penais que acompanharam o processo.