Custodiados apresentam análise e interpretações em projeto literário na Colônia Penal Industrial de Maringá 06/11/2025 - 13:49
A Polícia Penal do Paraná (PPPR), por meio da Colônia Penal Industrial de Maringá (CPIM) e do Centro Estadual de Educação Básica de Jovens e Adultos (Ceebja) Professora Tomires Carvalho, realizou nesta segunda-feira (3) o encerramento do Projeto Especial de Literatura com a obra “Capitães da Areia”, do escritor Jorge Amado. O clássico da literatura brasileira, que retrata a vida de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, foi o ponto de partida para reflexões sobre desigualdade, liberdade, amizade e superação.
O evento contou com a participação de 22 custodiados, que apresentaram análises e interpretações da obra, destacando o impacto da literatura como ferramenta de transformação pessoal e social dentro do sistema prisional. As apresentações reuniram canções, leituras interpretativas e reflexões sobre as escolhas e os caminhos da vida.
A programação incluiu ainda uma exposição sobre a vida e o legado de Jorge Amado e sua importância para a cultura nacional. Em uma proposta cênico-musical, os participantes exploraram a sonoridade e o ritmo da Bahia, entrelaçando música e poesia.
O coordenador regional da PPPR em Maringá, Júlio César Vicente Franco, ressaltou que a ação representa um marco nas atividades de reinserção social da instituição. “O Projeto Especial de Literatura representa um avanço significativo nas ações de reintegração social promovidas pela PPPR. Por meio da leitura e da arte, os custodiados têm a oportunidade de refletir sobre suas trajetórias, desenvolver senso crítico e reconstruir perspectivas de vida. Isso demonstra o nosso compromisso com a educação e a dignidade humana, mostrando que a transformação é possível quando oferecemos caminhos reais de aprendizado e reintegração”, destacou.
“O Projeto Especial de Literatura mostra que a leitura é um poderoso instrumento de transformação e reintegração social. Ver nossos custodiados refletindo, se expressando e encontrando novos significados por meio da arte e da educação é uma das maiores conquistas do trabalho desenvolvido na CPIM”, afirmou o diretor da CPIM, Silvino Molina de Sousa.
A pedagoga da unidade, Ivanir Jolio, enfatizou que o projeto desperta o interesse dos custodiados pela leitura e pelas expressões artísticas, fortalecendo o processo educativo no ambiente prisional. “A literatura tem um papel fundamental na formação humana. Por meio de obras como Capitães da Areia, os alunos conseguem se enxergar nas histórias, refletir sobre suas trajetórias e, principalmente, perceber que é possível mudar o rumo de suas vidas”, afirmou.
A professora Lúcia Dalago, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), responsável pela prática extensionista em Alfabetização e Letramento, também participou do evento e destacou a importância da parceria com o sistema prisional. “É a primeira vez que a UEM tem a oportunidade de adentrar o sistema penitenciário e participar do processo educacional dessas pessoas. É uma honra fazer parte desse projeto, e esperamos que no próximo ano possamos estreitar ainda mais essa parceria para dar continuidade à iniciativa”, afirmou.













