A Colônia Penal Industrial de Maringá (CPIM) celebrou nesta sexta-feira (19) uma missa de encerramento de ano no auditório da unidade. A celebração foi organizada pela Pastoral Carcerária da Igreja Católica de Maringá e presidida pelo arcebispo de Maringá, Dom Frei Severino Clasen. O momento reuniu cerca de 100 pessoas, entre custodiados, policiais penais, integrantes da direção da unidade, professores e servidores.

Para o coordenador regional da Polícia Penal do Paraná (PPPR) em Maringá, Júlio César Vicente Franco, ações como essa têm papel fundamental no processo de reintegração social. “Momentos como este reforçam o trabalho de humanização desenvolvido dentro das unidades prisionais. A espiritualidade contribui para a reflexão, para o fortalecimento de valores e para a reconstrução de projetos de vida, respeitando a dignidade de cada pessoa privada de liberdade”, afirmou.

Marcada por forte participação das pessoas privadas de liberdade (PPL), a celebração transcorreu em clima de silêncio, atenção e envolvimento. Ao chegar ao auditório, o arcebispo cumprimentou os presentes com gestos de acolhimento e proximidade, reforçando o caráter pastoral do encontro.

Na homilia, Dom Severino destacou o ano de 2025 como um tempo especial de graça, associado ao jubileu vivido pela Igreja, e convidou os presentes à renovação pessoal e ao compromisso com o bem comum. “A fé cristã impulsiona mudanças concretas de atitude e favorece uma vida mais digna, fraterna e orientada pelo respeito e pela amizade”, disse. O arcebispo ressaltou ainda que o Natal convida a olhar para o futuro, sem permanecer preso ao passado. “Deus não lamenta o que ficou para trás, Ele nos chama a seguir adiante, com esperança”, afirmou.

“O nascimento de Cristo representa um convite a deixar para trás rótulos e assumir uma nova identidade, marcada pela luz, pela paz e pela esperança, reforçando que cada pessoa deve se reconhecer como sinal da presença de Deus”, disse o padre Nelson Molina, destacando que o Natal é um tempo de reconstrução interior e de ressignificação da própria história.

Durante a homilia, Dom Severino comparou a expectativa das PPL pela liberdade à esperança presente em passagens bíblicas, lembrando que a verdadeira liberdade é construída diariamente. Nesse contexto, valorizou o papel da unidade prisional na oferta de oportunidades de crescimento, como educação, cursos profissionalizantes e acompanhamento humano, apontando esses caminhos como instrumentos de reconstrução de trajetórias.

“Momentos como esta celebração fortalecem o ambiente de respeito, reflexão e humanização dentro da unidade, contribuindo para o desenvolvimento pessoal e para a preparação dos internos para a retomada do convívio social”, afirmou o vice-diretor da CPIM, Vitor Scaramella.