O Conselho da Comunidade de Cascavel, em parceria com a Polícia Penal do Paraná (PPPR), por meio da Penitenciária Industrial Marcelo Pinheiro – Unidade de Progressão (PIMP-UP) de Cascavel, concluiu na última sexta-feira (17) um curso de preparação de massas destinado a pessoas privadas de liberdade (PPL).

A iniciativa teve como objetivo capacitar mão de obra especializada na produção de alimentos, especialmente na diversidade de tipos de massas. O treinamento foi resultado da parceria entre o Conselho da Comunidade de Cascavel, responsável pelo financiamento da iniciativa, a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), encarregada da certificação por meio do Projeto Educar para o Futuro, e a PPPR.

Rosaldo Chemim, presidente do Conselho da Comunidade de Cascavel, explicou que essa ação faz parte do cronograma da instituição, que ao longo do ano promoveu diversos cursos nas unidades prisionais da cidade. “Neste ano, cumprimos integralmente os objetivos do Conselho, oferecendo esses cursos de grande importância para que esses detentos e seus familiares tenham oportunidades de reintegração na sociedade em um futuro próximo”, afirmou.

O curso foi dividido em quatro módulos, com aulas teóricas e práticas, totalizando 16 horas de qualificação, distribuídas em quatro encontros de quatro horas cada. Doze apenados participaram da capacitação.

A graduada em gastronomia e professora do curso, Rosane Ciszevski Lenz, enfatizou que essa qualificação representa uma oportunidade garantida de ingressar no mercado de trabalho. “É gratificante compartilhar o que sei com as pessoas, pois não podemos reter conhecimento. Devemos repassar o que aprendemos, assim como nos foi ensinado. Para mim, é muito gratificante fazer parte disso tudo”, disse.

Além do certificado de conclusão, os custodiados também são beneficiados com a redução de pena, conforme explicou o diretor da PIMP-UP, Álvaro Marcelo Alegrette. “A Lei de Execução Penal prevê o benefício da remição de pena por meio dos estudos, permitindo que a cada 12 horas de estudo, um dia seja descontado do tempo total de condenação da PPL”, esclareceu.

Para um dos participantes do curso, a conclusão representa uma oportunidade de mudança de vida após o cumprimento da pena. “Aprender a fazer massas como macarrão caseiro, pirogue e rondelle foi valioso. Além de adquirir esse conhecimento para aplicar quando retornarmos à sociedade, ainda contamos com o benefício da remição. É uma realização”, concluiu.