Uma parceria entre a Polícia Penal do Paraná (PPPR) e a Prefeitura Municipal de Laranjeiras do Sul, através da Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Turismo, Tecnologia e Inovação, permitiu que pessoas privadas de liberdade (PPL) custodiadas na Cadeia Pública local participassem, juntamente a estudantes do 5º ano da rede municipal de ensino, da 1ª edição do concurso cultural “Meu Traço, Meu Turismo”, idealizado pela prefeitura.

A participação dos apenados demonstra, na prática, como a união entre a escola, a comunidade e o sistema prisional pode gerar transformações significativas.

O concurso teve como propósito estimular a criatividade dos alunos, propondo que cada um desenhasse o ponto turístico da cidade que mais apreciava. Além de incentivar a expressão artística, a ação reforçou o vínculo afetivo dos jovens com o patrimônio cultural e natural de Laranjeiras do Sul.

Depois da entrega dos desenhos, uma comissão avaliadora selecionou os três melhores trabalhos. As produções escolhidas foram encaminhadas à Cadeia Pública, onde, com o apoio e supervisão de policiais penais, as PPL transformaram os desenhos em pinturas sobre tela, dando vida e novas cores às ideias dos estudantes.

“Projetos como este evidenciam o papel humanizador das ações culturais dentro das unidades prisionais e reforçam nossa missão de promover cidadania, dignidade e oportunidades. A Cadeia Pública de Laranjeiras do Sul está aberta a novas parcerias e iniciativas que, assim como esta, aproximem a sociedade do sistema prisional e contribuam para uma realidade mais justa, participativa e solidária”, explicou o gestor da Cadeia Pública de Laranjeiras do Sul, Rogério Gastaldo Goulart.

Para a coordenadora de turismo da Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Turismo, Tecnologia e Inovação de Laranjeiras do Sul, Maira Castilho: “A oportunidade de envolver as pessoas privadas de liberdade na produção das telas, a partir dos desenhos criados pelos alunos do 5º ano, representou muito mais do que uma atividade artística. Foi um exercício de responsabilidade, sensibilidade e respeito mútuo. Cada participante pôde colocar suas habilidades a serviço de algo maior, contribuindo para valorizar o talento dos estudantes e, ao mesmo tempo, ressignificando seu próprio processo de reintegração social”, destacou.

“Quando realizamos a proposta deste projeto em parceria com a PPPR, percebemos o quanto ele é benéfico não apenas para as PPL, mas para toda a sociedade. Os alunos ganharam muito com essa experiência, especialmente ao ver que, mesmo dentro do ambiente prisional, existem talentos sendo desenvolvidos e valorizados. Esse contato contribui para a desconstrução de preconceitos e amplia a compreensão sobre o papel da reintegração social. Diante dos resultados tão positivos, nossa intenção é dar continuidade à iniciativa e realizar novas edições do projeto”, complementou Maira.

A cerimônia de entrega das obras finais aos alunos vencedores simbolizou a integração entre a comunidade escolar e o sistema prisional. Os primeiros colocados ganharam um certificado e um troféu para guardarem este concurso com recordação.

Para a Polícia Penal, o projeto reforça o papel humanizador das ações culturais dentro das unidades, contribuindo para a valorização da arte e para a promoção da cidadania e da reintegração social.