Em Maringá, colégio estadual recebe palestra sobre melhoramento genético e seleção de cães de trabalho da Polícia Penal 12/05/2025 - 14:52
Nesta sexta-feira (9), cerca de 80 alunos do Ensino Médio do Curso Técnico de Agronegócios do Colégio Estadual Branca da Mota Fernandes participaram de uma palestra sobre Melhoramento Genético e Seleção de Cães de Trabalho. A atividade foi conduzida por integrantes do Setor de Operações Especiais com uso de cães (SOE K9) da Polícia Penal do Paraná (PPPR), com foco na atuação dos cães em operações de segurança.
A palestra foi ministrada pelos policiais penais Rodrigo Nieri, acadêmico de Medicina Veterinária, e Marcos Aurélio Simplício. Eles abordaram temas como genética aplicada, critérios de seleção e o treinamento de cães para atuação no sistema penitenciário, destacando o papel fundamental desses animais no trabalho policial.
“Mais do que ensinar comandos ou fazer demonstrações, nosso objetivo é mostrar como a genética e o treinamento adequado transformam cães comuns em aliados indispensáveis da segurança pública. O trabalho com cães policiais exige conhecimento técnico, responsabilidade e, acima de tudo, respeito ao animal. Trazer essa experiência para dentro da escola é uma forma de inspirar os jovens, mostrar novas possibilidades de atuação profissional e reforçar que a ciência e a dedicação caminham juntas para gerar resultados concretos”, destacou Rodrigo Nieri.
O convite partiu da professora e médica veterinária Emanuelle Bergamasco, responsável pela disciplina de Gestão de Zootecnia. Ela ressalta que, normalmente, os alunos estudam o melhoramento genético voltado para animais de produção, e que a proposta de trazer o SOE K9 ao colégio teve como objetivo ampliar essa visão, demonstrando que o aprimoramento genético também tem aplicações relevantes na segurança pública.
Além da palestra, que teve duração aproximada de duas horas, houve uma apresentação prática com o cão policial Hassan, um pastor-belga especializado em faro de entorpecentes, celulares e busca de foragidos. A simulação atraiu a atenção de aproximadamente 600 estudantes do turno da manhã, que puderam observar de perto a eficiência do animal em uma operação simulada de localização de substâncias ilícitas.
O cão policial é treinado para atuar em diversas frentes, como farejar celulares, drogas e entorpecentes, além de executar funções de proteção e de busca e captura de pessoas foragidas. Segundo Rodrigo Nieri, em casos de fuga de indivíduos em conflito com a lei, o cão consegue rastrear e localizar o foragido apenas com base no odor deixado em uma peça de roupa. Nieri ainda destacou que o uso do cão otimiza significativamente o trabalho das forças de segurança. Como exemplo, ele citou situações em que drogas são escondidas dentro de compartimentos de veículos, como painéis, onde seria necessário desmontar toda a estrutura para localizar o entorpecente. Com o auxílio do cão, a localização do material ilícito ocorre de forma muito mais rápida e precisa.
Para a professora Emanuelle, a vivência proporcionada pela palestra reforça a importância da união entre teoria e prática: “Ao entender como os animais são selecionados, treinados e ao observar esses animais em ação, os estudantes se aproximam da real importância de unir teoria e prática. Essa experiência também valoriza todas as profissões envolvidas nesse processo e reforça a ideia de que, embora esse trabalho seja inovador e desafiador, é essencial que os alunos se mantenham afastados de caminhos tortuosos e sejam responsáveis”, declarou.
O coordenador regional da PPPR em Maringá, Júlio César Vicente Franco, também destacou a relevância da iniciativa: “A aproximação entre a Polícia Penal e as instituições de ensino serve para conscientizar os jovens sobre o papel da segurança pública e para mostrar que, por trás de cada operação, há conhecimento técnico, ciência e muito comprometimento”, enfatizou.
A atividade foi recebida com entusiasmo por estudantes e professores, deixando claro que o uso responsável da ciência pode promover grandes transformações na sociedade, inclusive no setor de segurança pública.