Na tarde desta quarta-feira (3), a Polícia Penal do Paraná (PPPR), em parceria com o Centro Estadual de Educação Básica de Jovens e Adultos (Ceebja) Mário Faraco, realizou uma cerimônia de formatura para 135 pessoas privadas de liberdade que concluíram etapas do ensino fundamental e médio na escola instalada na Penitenciária Central do Estado – Unidade de Progressão (PCE-UP), no Complexo Penitenciário de Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba.

Ao todo, 33 alunos concluíram a Fase 1 de alfabetização (equivalente do 1º ao 5º ano), 60 finalizaram a Fase 2 do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano) e 42 obtiveram o certificado de conclusão do ensino médio. Dos formandos, 85 participaram presencialmente da solenidade e permanecem custodiados na unidade, participando de atividades educacionais e de reintegração social. Os outros 50 formados deixaram a unidade no intervalo de tempo entre a conclusão dos estudos e a data da formatura.

Para o diretor da PCE-UP, Blacito Sampaio, a cerimônia simboliza não apenas uma conquista acadêmica, mas um marco de superação pessoal e institucional. “É com grande alegria que celebramos a formatura destas pessoas privadas de liberdade. Este é um momento de enorme significado. Para cada formando, representa conquista, superação e a chance real de reescrever a própria história. É a prova de que, mesmo diante das dificuldades, o estudo abre caminhos, fortalece a autoestima e amplia possibilidades de futuro. Para a unidade penal, mostra que o trabalho dedicado de servidores, professores e setores envolvidos dá frutos concretos. E, para o sistema prisional como um todo, reafirma que a educação é uma das ferramentas mais eficazes de transformação, reintegração social e redução da reincidência”, destacou.

A pedagoga da PCE-UP, Vanessa Kokott, reforçou o impacto da educação na trajetória das pessoas privadas de liberdade. “Essa conquista reflete muito além do simples cumprimento de uma lei. Mostra que a educação é um pilar fundamental para a reinserção ao meio social, o desenvolvimento humano e a autonomia desses indivíduos. Como disse Paulo Freire: ‘Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo’”, afirmou.
Para a pedagoga do Ceebja Mário Faraco, Elizatebh Brunken, o momento representa um avanço coletivo dentro do sistema prisional. “Hoje celebramos muito mais que uma conquista acadêmica. Celebramos o sentimento de que cumprimos nosso papel na reintrodução social e que o empenho e a vontade de mudar reafirmam que a educação é a luz que fortalece, transforma e inspira”, declarou.

“Agradecemos a todos empenho em nos proporcionar um ensino de qualidade, o apoio constante em nossos desafios e o estímulo para superar os nossos limites”, declarou um dos formandos. “A unidade UP é exemplo onde todos temos a oportunidade de um recomeço de vida através do estudo, cursos, palestras e trabalho. Aqui todos somos tratados com dignidade e respeito. Temos aqui uma educação de qualidade desde o ensino fundamental até a educação superior”, completou outra pessoa privada de liberdade.