Em apenas um ano, projeto antidrogas da Polícia Penal do Paraná já beneficiou 167 pessoas 27/02/2023 - 09:03

O Projeto Esperança do Amanhã é uma iniciativa criada pelo Complexo Social de Ponta Grossa, voltada ao atendimento restaurativo de egressos dependentes químicos ou de pessoas em conflito com a lei pelo porte e/ou uso de drogas.

Inaugurado em dezembro de 2021, em apenas um ano, o programa já beneficiou 167 pessoas. Participam do projeto apenados em liberdade condicional que se declaram dependentes químicos, e também, pessoas em transação penal por porte de drogas ilícitas para uso pessoal, encaminhadas pelo judiciário como uma pena alternativa – seguindo o artigo 28 da Lei nº13.840.

O diretor-adjunto da Polícia Penal do Paraná (PPPR), Maurício Ferracini, afirma que o projeto é uma ação importante para diminuir os números de reincidência criminal daqueles indivíduos que cometeram delitos derivados da dependência química, impactando positivamente no meio social. 

“O programa mostra que a PPPR não administra apenas questões relativas ao cárcere e às pessoas que se encontram no estabelecimento prisional, mas também mostra uma preocupação com aquele indivíduo que já retornou à sociedade e, consequentemente, precisa se desvincular dos comportamentos que o levaram ao sistema prisional”, complementa. 

O Projeto Esperança do Amanhã possui uma abordagem restaurativa seguindo as diretrizes de redução de danos, visando a implementação de ações preventivas ao agravamento ou surgimento de situações negativas advindas do uso de substâncias químicas – sejam danos individuais e/ou coletivos.

Segundo o Ministério da Saúde, as estratégias de redução de danos são um conjunto de políticas e programas para atenuar as consequências negativas do uso de drogas, por meio da mitigação dos perigos potenciais e riscos à saúde dos usuários, famílias e comunidades.

A psicóloga que atua no projeto, Luiza de Oliveira Rosas, explica que o programa não possui caráter terapêutico, o que quer dizer que não trabalha com o tratamento de dependência química, mas sim com a transformação da perspectiva dos beneficiários.

“Nosso foco é levar conhecimentos que perduram na vida dessas pessoas e de quem está ao seu redor, mesmo depois da finalização da participação no programa. A ideia é mudar seus comportamentos e visões para impactar positivamente no seu ciclo social”, esclarece.

O atendimento do programa baseia-se em um ciclo de 7 encontros interativos, um por semana, no auditório do Complexo Social de Ponta Grossa. 

Os encontros abordam temas que impactam de forma positiva na vida dos beneficiários, apresentando o trabalho jurídico do Ministério Público, os serviços oferecidos pelo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS-AD), apontamentos sobre a Lei de Drogas, maneiras de retomada dos estudos, entre outros.

Os temas são trabalhados por profissionais de diversas áreas, como o Ministério Público (MP), Escritório Social, órgãos e entidades públicas e privadas nas áreas de saúde, educação, trabalho e assistência social.

 

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