Na semana estadual de Combate ao Feminicídio, a Cadeia Pública Feminina de Santo Antônio da Platina, com apoio do Complexo Social, Conselho da Comunidade, Procuradoria da Mulher e Prefeitura municipal realizaram um evento direcionado às pessoas privadas de liberdade (PPLs) focado na conscientização do tema. 

Durante o evento, as PPLs participaram de palestras, discutiram o tema em rodas de conversas e posteriormente produziram cartazes que serão expostos na unidade penal. Na sequência, foram servidos lanches com temática julina. Em extensão ao mês de conscientização, está sendo organizado um dia da beleza às PPL’s, no qual voluntários proporcionam serviços de cuidados com cabelos, unhas e maquiagem, proporcionando a autovalorização e estímulo ao autocuidado.

Para o diretor-geral da Polícia Penal do Paraná (PPPR), Osvaldo Messias Machado, ações como esta são importantes não só pelo debate ao tema principal, mas por trabalhar a autoestima da mulher. 

“Podemos dizer que a Polícia Penal tem participado efetivamente neste mês de combate ao feminicídio. Participamos de vários eventos conscientizando a população quanto esta problemática e enfatizando que a mulher deve ser respeitada nos seus direitos” 

O gestor da Cadeia Pública Feminina de Santo Antônio da Platina, Erontides de Oliveira Camilo, explica que tenta incluir toda a população carcerária nos eventos, sempre respeitando as condições de segurança. “Essas ações auxiliam inclusive na disciplina da unidade, elas se acalmam”, disse. 

No Paraná, o dia 22 de julho foi instituído como Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, por meio de lei sancionada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior. A data foi escolhida em referência à morte da advogada Tatiane Spitzner, de Guarapuava. Neste mês, a Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa lançou a campanha estadual Paraná Unido no Combate ao Feminicídio, o qual prevê mobilização nas ruas, caminhadas, fóruns de debates contra a violência às mulheres.

FEMINICÍDIOS – O crime de feminicídio foi tipificado em 2015, quando o Código Penal foi alterado para incluí-lo como um crime cometido pela condição de mulher, seja no contexto de violência doméstica e familiar ou por menosprezo ou discriminação à condição da mulher. As motivações são o ódio, o desprezo ou o sentimento de perda do controle e da ideia de que as mulheres são sua propriedade. 

Segundo dados do Ministério Público do Paraná (MP-PR), em 2022 foram registrados 274 casos de feminicídio ou tentativa de feminicídio no Estado. De 2019 a 2022, foram 314 feminicídios e 911 homicídios dolosos contra mulheres.