Fase 2 da Operação Mute é realizada no Paraná em combate a comunicações ilícitas em presídios 16/12/2023 - 10:42

A Polícia Penal do Paraná (PPPR) desenvolveu ações no decorrer desta semana dentro da segunda fase da Operação Mute, deflagrada de forma simultânea em todo o território nacional pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), do Ministério da Justiça e Segurança Pública. As atividades mobilizaram diversos policiais penais que fizeram inspeções objetivando identificar e apreender celulares localizados em unidades prisionais como forma de combater a comunicação ilícita do crime organizado e reduzir os índices de violência em âmbito nacional. A operação teve início na segunda-feira (11) e se encerra nesta sexta-feira (15). 

Para o diretor-adjunto da PPPR, Maurício Ferracini, o Paraná tem participado ativamente desta importante operação, objetivando, também, em manter a segurança dos apenados durante as vistorias. “Estas operações têm uma importância muito grande pois são devidamente planejadas e têm objetivos específicos, atuando em unidades específicas. A participação do Estado do Paraná, junto às programações da Senappen, é um avanço em termos de segurança pública e coloca mais uma vez a Polícia Penal do Paraná em destaque em todo o país”, destaca.

No Paraná, foram realizadas ações da Operação em unidades penais da Região Metropolitana de Curitiba, da Região Central do Estado e também do Sudoeste. No total, foram contabilizados 22 aparelhos celulares apreendidos, além alguns materiais como carregadores, lâmina de serra e um rádio com cabo USB adaptado para carregar bateria de celular. Na terça-feira (12), na Colônia Penal Agroindustrial (CPAI), localizada em Piraquara, policiais do SOE mobilizaram 43 apenados e durante as vistorias nas celas localizaram 16 aparelhos celulares. Os outros 6 aparelhos apreendidos na Operação foram encontrados durante revistas nas celas da Cadeia Pública de Guarapuava (CPGPVA).

Na quarta-feira (13) foi a vez da Cadeia Pública de Santo Antônio do Sudoeste (CPSAS), onde foram inspecionadas a cela do convívio, que comportava 27 PPLs; a cela do seguro, com 11 apenados e ainda a cela de triagem, com 12 internos. Nesta ação, nada de irregular foi encontrado. Na quinta-feira (14), na Casa de Custódia de São José dos Pinhais (CCSJP), os policiais penais do SOE fizeram a retirada dos custodiados dos cubículos e realizaram a contenção dos mesmos no pátio do solário. As equipes revistaram o interior da unidade e nada de ilícito foi encontrado. 

Operação Mute - Durante as ações, o passo inicial é interromper a comunicação com uso de tecnologia que embaralha o sinal e, em seguida, ocorre a busca aos aparelhos com ações de revistas em pavilhões e celas. Os aparelhos celulares são as principais ferramentas utilizadas pelo crime organizado para a perpetuação de delitos e o consequente avanço da violência nas ruas. A operação é a maior realizada pela Senappen no contexto de combate ao crime organizado, pelo número de estados participantes, quantidade de policiais penais federais e estaduais envolvidos e unidades prisionais estaduais.

“Essas comunicações proibidas configuram um problema nacional com sérios impactos sociais, psicológicos e econômicos. Por isso, a Senappen está dedicando esforços juntamente às administrações penitenciárias dos estados e do Distrito Federal para o desenvolvimento de ações que fortaleçam o sistema penal, bem como ações para combater todas as formas de ilícitos”, destaca o secretário nacional de políticas penais, Rafael Velasco.

“Lembramos o grande potencial que cada celular apreendido significa no enfraquecimento das redes de atuação do crime organizado, uma vez que essa comunicação externa é vital à manutenção da cadeia de comando das facções. Então, quando nós apreendemos, num período curto, 1.166 celulares, isso significa que também é uma diretriz perene, permanente”, afirma o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.

Primeira fase – A primeira fase da Operação Mute ocorreu entre os dias 16 e 27 de outubro, resultando na apreensão de 1.166 aparelhos celulares, um revólver, armas brancas e substâncias análogas a entorpecentes. A revista geral ocorreu em 68 penitenciárias, de 26 estados. Dez estados demonstraram possuir rotina de controle efetiva com revistas frequentes e tiveram registro de zero celulares no interior das unidades prisionais.

Foram 55.919 pessoas privadas de liberdade (PPL) movimentadas, sem ocorrências de custodiados lesionados durante as operações. O efetivo policial penal contou com 3.305 servidores e o número de celas revistadas chegou a 2.684.