Jardim Sensorial construído por pessoas privadas de liberdade é inaugurado na Clínica-Escola CETEA, em Cascavel 28/07/2025 - 17:42

Foi inaugurado na tarde desta segunda-feira (28), na Clínica-Escola do Transtorno do Espectro Autista (CETEA), em Cascavel, no oeste do estado, o primeiro Jardim Sensorial da unidade. Idealizado para oferecer experiências sensoriais seguras, acolhedoras e enriquecedoras, o espaço se destaca por aliar inclusão social e educação com a reintegração social de pessoas privadas de liberdade (PPL), que foram as principais responsáveis pela execução da obra.

A construção do jardim levou aproximadamente 70 dias e contou com a dedicação de três PPL da Cadeia Pública de Cascavel, sob supervisão da coordenação da Regional Administrativa da PPPR local. A iniciativa integra o esforço contínuo da Polícia Penal em proporcionar oportunidades reais de trabalho e reinserção social por meio de projetos com forte impacto comunitário.

O espaço foi pensado para estimular os cinco sentidos — tato, visão, audição, olfato e paladar — de crianças neurodivergentes, especialmente aquelas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Caminhos com diferentes texturas, áreas com plantas aromáticas, sons da natureza e elementos coloridos fazem parte do ambiente que promove o bem-estar físico e emocional, além de auxiliar no desenvolvimento cognitivo e motor.

“Para nós da Polícia Penal foi, sem dúvida alguma, muito gratificante poder participar da construção do Jardim Sensorial. Jardim este que trará benefícios a dezenas de crianças e também representa um avanço importante na valorização do trabalho das pessoas privadas de liberdade. O objetivo desse espaço é promover o desenvolvimento sensorial, a conexão com a natureza e o bem-estar físico e emocional das crianças atendidas pela CETEA. Agradecemos à Loja Maçônica, à Prefeitura Municipal, à Secretaria de Educação e, principalmente, aos policiais penais envolvidos. Sem o empenho desses profissionais e o comprometimento dos custodiados que se dedicaram com respeito e responsabilidade, não teríamos alcançado o sucesso deste projeto”, afirmou o coordenador regional da PPPR em Cascavel, Thiago Correia.

O projeto foi possível graças à parceria entre a Polícia Penal do Paraná, a Loja Maçônica Esperança e Harmonia (por meio do Instituto São João), e a Prefeitura de Cascavel, representada pela Secretaria Municipal de Educação (Semed). Cada instituição teve um papel fundamental na concretização do espaço: a PPPR forneceu a mão de obra, o Instituto São João financiou os materiais e a Prefeitura cedeu o local e contribuiu com o apoio técnico e logístico.

A proposta pedagógica do jardim foi desenvolvida por uma equipe multidisciplinar, que contou com a colaboração dos pedagogos Márcio Issler e Bianca Bez, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste). Para Issler, o jardim sensorial vai muito além de um espaço físico — ele é uma ferramenta educativa e terapêutica.

“A proposta é construir um espaço aconchegante e estimulante, capaz de proporcionar uma série de benefícios às crianças com deficiência, principalmente às neurodivergentes que possuem limitações sensoriais. O ambiente foi planejado para desenvolver os cinco sentidos por meio da observação de cores vibrantes, do toque das plantas, dos sons naturais e das fragrâncias presentes no jardim. Além de estimular a criatividade, o espaço pode ser utilizado em contextos terapêuticos, contribuindo para o relaxamento, a redução do estresse e a promoção da saúde mental. Um espaço que acolhe, ensina e cura”, destacou Márcio Issler.

O projeto arquitetônico foi elaborado pelo arquiteto e membro da Loja Maçônica, Elisson Gualtieri Ferreira, que buscou preservar ao máximo o ambiente natural já existente no terreno da escola. “A gente pensou em um jardim que respeitasse a vegetação original do local. Nenhuma árvore foi cortada. Fizemos um caminho sensorial com texturas diferentes e estações que estimulam os sentidos, de forma que o espaço pudesse dialogar com a natureza. A mão de obra foi 100% da Polícia Penal, com os custodiados colocando a mão na massa. Nosso objetivo não é substituir o papel do município, mas participar ativamente do desenvolvimento da nossa cidade, principalmente através da educação. Esperamos que esse seja o primeiro de muitos jardins sensoriais espalhados pelas escolas da rede”, ressaltou Elisson.

A construção do Jardim Sensorial reafirma a potência das ações colaborativas entre o poder público, instituições civis e o sistema prisional. Para além da entrega de um espaço inovador e inclusivo, o projeto representa um modelo de reintegração social em que a população privada de liberdade contribui diretamente para o bem-estar coletivo, construindo não apenas estruturas, mas também novas possibilidades para seu próprio futuro.

“A construção deste jardim sensorial com mão de obra prisional é um esforço que vai além do embelezamento. Representa inclusão e o propósito de construir uma sociedade melhor, que ultrapassa os limites do ambiente privado. Espero que esta iniciativa sirva de inspiração para que cada vez mais ações como essa sejam realizadas em prol da sociedade”, destacou o prefeito em exercício de Cascavel, Henrique Mecabô.

A inauguração foi acompanhada por diversas autoridades. O evento marcou não apenas a entrega do espaço, mas também o reconhecimento de que, com união de esforços, é possível construir ambientes mais inclusivos e solidários — dentro e fora dos muros.

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