“Naninhas que abraçam”: projeto da Polícia Penal leva conforto a pacientes do Hospital Universitário de Cascavel 10/10/2025 - 09:40
Cerca de 400 naninhas confeccionadas por pessoas privadas de liberdade (PPL) da Penitenciária Industrial Marcelo Pinheiro – Unidade de Progressão (PIMP-UP), foram entregues nesta quarta-feira (8) ao Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP). A ação, alusiva ao Dia das Crianças, foi realizada por policiais penais, representantes do Conselho da Comunidade de Cascavel e da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).
As naninhas — pequenas almofadas de pano em formato de bonecos — foram produzidas no setor de costura da PIMP-UP, dentro de um projeto desenvolvido em parceria entre a Polícia Penal do Paraná (PPPR), a Unioeste e o Conselho da Comunidade. A iniciativa une esforços e propósitos: a PPPR coordena a produção com mão de obra prisional, o Conselho financia os insumos e a Unioeste, por meio do Projeto Educar Para o Futuro, realiza a orientação pedagógica, além de destinar as peças ao HUOP para uso nas ações de acolhimento hospitalar.
Durante a visita ao hospital, os policiais penais e pedagogos do projeto, acompanhados de profissionais de saúde, percorreram as alas pediátrica e de UTI infantil, distribuindo as naninhas às crianças internadas. O momento foi marcado por emoção, sorrisos e gestos de empatia.
O diretor da PIMP-UP, Álvaro Marcelo Alegrette, ressaltou a importância da iniciativa, que há anos vem sendo desenvolvida dentro da unidade prisional. “Este projeto é muito importante para nós. Ele simboliza o encerramento de um ciclo de reinserção social que começa dentro da penitenciária, com o trabalho e a dedicação das pessoas privadas de liberdade, e se completa aqui fora, com o gesto de solidariedade e carinho aos pacientes do hospital”, destacou.
O presidente do Conselho da Comunidade de Cascavel, Jair Dutra, reforçou o papel do órgão no apoio a iniciativas que unem reintegração social e benefício à coletividade. “Para o Conselho da Comunidade é muito valioso apoiar projetos como este, que promovem não apenas a reinserção social das pessoas privadas de liberdade, mas também o bem-estar da sociedade. É gratificante saber que um gesto simples, como a entrega de uma naninha, pode representar tanto conforto e acalento aos pacientes do hospital”, afirmou.
As naninhas foram recebidas pela psicóloga Sheila Taba, profissional do HUOP que utiliza os itens em atividades de acolhimento e apoio emocional aos pacientes. Ela descreve a entrega como um gesto simbólico e profundamente humano: “A entrega da naninha é como um abraço a cada paciente. Elas trazem um carinho especial, um momento de alegria e acolhimento, mesmo em meio a situações difíceis. É um projeto que une a reintegração social dentro da penitenciária com o lado mais humano da sociedade. E neste período que antecede o Dia das Crianças, a ação ganha ainda mais significado: é uma celebração da vida, do cuidado e da esperança”, destacou.
Além de promover solidariedade, o projeto também contribui para a remição de pena — a cada três dias de trabalho, um dia é remido da pena do custodiado — permitindo, também, acesso à formação e qualificação profissional.