Nesta segunda e terça-feira (29 e 30), policiais penais da regional de Francisco Beltrão do Departamento de Polícia Penal do Paraná (PPPR) realizaram um curso para uso do sistema de Boletim de Ocorrência Unificado (BOU), com informações integradas junto as polícias Civil e Militar. As atividades visam capacitar policiais da Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão (PEFB) e das Cadeias Públicas de Capanema, Santo Antônio do Sudoeste, Palmas, Pato Branco, Dois Vizinhos e Francisco Beltrão a utilizarem esta ferramenta.

Através da Resolução 461/2022, a Polícia Penal do Paraná passou a estar apta a acessar o sistema e ter a competência para registrar as ocorrências no âmbito do Departamento. Com isso, os documentos podem ser encaminhados diretamente para inquérito da polícia judiciária. Antes disso, era preciso que os policiais penais acionassem outras forças de segurança para fazer o levantamento de informações e o registro de boletim de ocorrência. Também cabia aos policiais penais o encaminhamento, com escolta, de pessoas envolvidas em situações ocorridas nas dependências das unidades prisionais até uma delegacia de Polícia Civil para confecção de boletim de ocorrência, o que demandava tempo e efetivo policial.

Para o diretor adjunto da PPPR, Maurício Ferracini, o Departamento tem investido em sua própria autonomia, capacitando seus servidores para desempenhar todas as atribuições de polícia, o que inclui o registro de boletim de ocorrência.

“Com a criação da PPPR, todos os nossos profissionais têm passado por cursos de formação e de transição de operações. Este curso relacionado ao BOU é importante para dar mais autonomia aos policiais penais, como mais uma das etapas do processo de profissionalização pelo qual passa o Departamento”, afirma Ferracini.

O curso é organizado pela Escola de Formação e Aperfeiçoamento Penitenciário (Espen), em parceria com o Centro de Análise, Planejamento e Estatística (CAPE), da Polícia Militar do Paraná e com a Polícia Civil do Paraná.

O diretor da Espen, Rodrigo Fávaro, destaca que esta nova atribuição dos policiais penais é um marco importante para a segurança pública.

“A Espen está promovendo este curso em Francisco Beltrão mas deverá ser realizado também em todas as outras oito regionais, para habilitar os servidores quanto aos critérios, requisitos e padrões para o registro de uma ocorrência. A resolução que permite ao policial penal ter esta nota atribuição, a de registrar os boletins de ocorrência, é um marco para a segurança pública”, destaca Rodrigo.

Para o policial penal e instrutor do curso, Vilmar Wieczorkowski, o objetivo é treinar os servidores da PPPR para atuarem como multiplicadores de conhecimento quanto ao sistema BOU, trazendo instrumentos necessários para dar suporte aos demais usuários do sistema, conhecendo e aprendendo o correto uso das rotinas que compõem esta ferramenta.

“Quando nós acumulamos informações para registros tardios de boletins de ocorrência, acabamos perdendo a riqueza de detalhes como, por exemplo, casos ocorridos no controle de acesso de visitas a pessoas privadas de liberdade. Muitas vezes deixávamos para registrar flagrantes somente na delegacia, de forma coletiva e não de forma individualizada, sendo que as informações de cada caso acabavam por ser comuns entre eles. Agora, com os boletins sendo feito no ambiente prisional, todo o processo torna-se mais ágil e com qualidade”, enfatiza Vilmar.

As aulas foram realizadas no recém-inaugurado espaço de capacitação de servidores dentro da Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão. O coordenador regional da PPPR, Marcos Andrade, parabenizou os policiais penais que fizeram o curso e agradeceu pelo empenho da Espen nesta capacitação e reforça que o Departamento de Polícia Penal dá mais um passo importante no sentido de otimizar e melhorar o trabalho.

“A partir do momento em que ocorre um ato infracionário ou um crime no entorno das penitenciárias, os próprios servidores poderão elaborar a confecção do boletim, evitando o acionamento de outras forças e o deslocamento até a delegacia para o mesmo fim”, diz Marcos.

O vice-diretor da PEFB, Alessandro Bezerra da Cunha, enfatizou a importância desta ferramenta que será utilizada no âmbito prisional em qualquer situação crime que esteja relacionada ao serviço da Polícia Penal.

“Este curso é de suma importância pois traz uma ferramenta para o Deppen, que integra a PPPR com as polícias militar e civil. Isso tende a agilizar todos os trâmites referentes aos casos que acontecem nas dependências das unidades da PPPR e evitar perdas de informações desde a apuração até o encaminhamento a polícia judiciária”, diz Alessandro.

Ainda segundo Alessandro, o BOU não substituirá comunicados nem informativos da rotina das unidades e será um complemento para agilizar os trabalhos junto a polícia judiciária.