A Polícia Penal do Paraná (PPPR) promoveu, nesta quarta-feira (3), uma oficina voltada à elaboração de projetos culturais para aplicação no sistema prisional. O encontro ocorreu no auditório da sede administrativa da instituição, em Curitiba, e reuniu policiais penais, diretores de unidades e servidores de áreas técnicas.

Intitulada “Elaboração de Projetos Culturais: fruir, produzir e articular cultura dentro de unidades penais do Paraná”, a atividade foi conduzida pela agente territorial de cultura de Curitiba, Natalia Eloísa Greca da Silva, e pelo membro do Comitê de Cultura do Paraná, Michel Urânia. A ação ocorreu por intermédio da Divisão de Tratamento Penal da PPPR, em parceria com o Programa Nacional dos Comitês de Cultura, do Ministério da Cultura.

Para a diretora de Tratamento Penal da PPPR, Marilu Katia da Costa, a oficina representa um passo importante na ampliação das políticas culturais dentro das unidades penais. “A realização dessa oficina representa um avanço significativo para a PPPR. Capacitar nossas equipes na elaboração de projetos culturais e educacionais é fundamental para ampliarmos o acesso a recursos externos, além daqueles disponíveis no sistema prisional. Essa iniciativa não só promove o desenvolvimento profissional dos nossos colaboradores, mas também contribui diretamente para melhorar a qualidade de vida e abrir novas perspectivas para as pessoas privadas de liberdade, fortalecendo a missão de reintegração social que conduzimos”, destacou.

Durante a apresentação, Michel Urânia enfatizou a importância da articulação entre políticas públicas de cultura e segurança pública. “O objetivo deste evento é fomentar essas novas políticas de incentivo à cultura que saem do Governo Federal para os estados e municípios, principalmente a Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura, instituída pela Lei nº 14.399, de 08 de julho de 2022. A cultura tem muitos objetivos e, com esse fomento maior, pode beneficiar instituições públicas como a PPPR. Para que esses recursos também cheguem ao sistema prisional, é de extrema importância que a interseccionalidade das políticas públicas seja posta em prática, aproximando a cultura da segurança pública”, explicou.

A agente territorial de cultura Natalia Eloísa Greca da Silva ressaltou o papel transformador da inclusão cultural no contexto prisional. “É uma felicidade muito grande para a gente fazer esta parceria com os policiais penais, diretores de unidades e membros dos setores administrativos da PPPR, para viabilizar, democratizar e descentralizar o acesso a políticas culturais em Curitiba e no estado do Paraná. É importante ampliar o acesso às atividades culturais para as pessoas privadas de liberdade, possibilitando o acesso a teatro, festividades tradicionais, pinturas, artesanato e outras expressões artísticas. É uma troca com ganhos para os dois lados. Enquanto sociedade, precisamos pensar o sistema prisional como um momento de reintegração social”, destacou.

Natalia também mencionou sua experiência anterior no Centro de Integração Social (CIS), no Complexo Penitenciário de Piraquara, onde desenvolveu um trabalho acadêmico com mulheres privadas de liberdade, envolvendo teatro e experimentações artísticas. Segundo ela, a intenção agora é expandir essas iniciativas para outras unidades.

A chefe administrativa da Penitenciária Feminina do Paraná, Fabiana Mafra, reforçou a relevância da oficina para as diretrizes adotadas pelo Estado. “Ações como essa demonstram que a visão da PPPR está alinhada com os propósitos do Pena Justa. Fomentar a cultura nas unidades penais, em suas diversas manifestações, vai de encontro aos pilares da reintegração social”, afirmou.