A Penitenciária Industrial Marcelo Pinheiro - Unidade de Progressão (PIMP-UP), em Cascavel, recebeu nesta quarta-feira (29) a 3ª Edição da Olimpíada do Conhecimento, uma iniciativa do Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos (Ceebja) Wilson Antonio Neduziak, que marcou o encerramento do bimestre letivo com atividades que uniram aprendizado, convivência e cooperação entre os estudantes privados de liberdade.

Mais de 60 alunos do ensino fundamental e médio participaram da ação, que envolveu dinâmicas interdisciplinares e de integração. Divididos em equipes, os participantes somaram pontos em diferentes tarefas, como quiz de conhecimentos gerais, acertar o alvo, corrida da garrafa e passar o bambolê sem soltar as mãos — atividades que estimularam raciocínio, coordenação motora, agilidade e o trabalho coletivo.

O vice-diretor da PIMP-UP, Rafael Marcante, destacou a relevância de iniciativas como esta para o processo de reintegração social das pessoas privadas de liberdade. “A educação dentro do sistema prisional cumpre um papel essencial na reconstrução de trajetórias. Atividades como a Olimpíada do Conhecimento vão além da sala de aula: elas estimulam o aprendizado, a convivência e o respeito mútuo. De forma leve e participativa, essas ações contribuem para o desenvolvimento pessoal, para o comportamento e para a formação de valores, mostrando que a educação é, de fato, uma ferramenta de transformação e reinserção social”, disse.

Idealizada pelos professores Maria de Lurdes Custódio (Português e Inglês) e Neuri Adilson Scherer (Matemática), a proposta rapidamente conquistou o engajamento de toda a equipe do Ceebja, mobilizando docentes e demais profissionais da unidade escolar. A pedagoga do Ceebja, Hosana Mateus Dias, reforçou a importância da atividade no processo pedagógico e social dos estudantes. “A Olimpíada do Conhecimento trabalha os conteúdos de maneira lúdica e dinâmica, permitindo que os alunos desenvolvam socialização, cooperação e respeito. Nesta edição, tivemos grande envolvimento entre eles, o que fortalece o trabalho em equipe e a convivência dentro da unidade. As atividades são pensadas de forma interdisciplinar, envolvendo todas as disciplinas e conteúdos que foram trabalhados ao longo do ano. Essa culminância simboliza o resultado de todo o aprendizado construído desde as fases iniciais até o ensino médio”, afirmou.

Os próprios participantes também destacaram o impacto positivo da iniciativa. “Participar dessas atividades motiva a gente a continuar estudando e acreditar que o conhecimento pode mudar o nosso futuro. Aqui dentro, a educação é um incentivo para pensar diferente e buscar uma nova chance”, afirmou um dos apenados. Outro aluno privado de liberdade completou: “A gente aprende que o estudo é algo que ninguém pode tirar da gente. Essas oportunidades mostram que ainda dá pra mudar, que o conhecimento abre caminhos mesmo dentro do cárcere”, finalizou.