Polícia Penal do Paraná amplia ações de prevenção à violência de gênero com o Programa Mulher Segura 26/09/2025 - 13:30

A Polícia Penal do Paraná (PPPR) tem desempenhado um papel fundamental nas ações do Programa Mulher Segura, iniciativa da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SESP) voltada ao enfrentamento à violência de gênero, como feminicídio, estupro e violência doméstica. Desde o mês de agosto, o ciclo de palestras promovido pela corporação vem sendo realizado em todo o estado, alcançando servidores, pessoas privadas de liberdade (PPL) e, também, a população externa em situação de vulnerabilidade social. 

Com coordenação da Escola de Formação e Aperfeiçoamento Penitenciário (Espen) da PPPR e apoio da Polícia Militar do Paraná, os policiais penais passaram por capacitação específica para ministrar as palestras “Mulher Segura”, voltada ao público feminino, e “De Homem para Homem”, que trabalha a prevenção da violência a partir da reeducação masculina. 

A diretora da Espen, Josiane Scremin, destaca a importância da iniciativa dentro e fora do sistema prisional: “O Programa Mulher Segura é uma iniciativa essencial no enfrentamento à violência contra a mulher e a Polícia Penal do Paraná não poderia ficar de fora. As palestras buscam conscientizar homens e mulheres sobre prevenção, consequências e orientações, abordando também o papel do agressor e as implicações jurídicas e sociais de seus atos. Além disso, destaca-se a importância de levar essa reflexão à população prisional, na qual muitos já praticaram a violência ou foram vítimas, oferecendo oportunidade de mudança e quebra de ciclos agressivos. Trata-se de uma palestra breve, mas extremamente rica em conteúdo e conscientização. Como mulher, sinto orgulho e honra em compartilhar essa causa nobre e urgente, que pode salvar vidas e promove uma sociedade mais justa e segura”, explicou.

Nas unidades prisionais, as palestras têm um impacto ainda mais profundo, ao promover a quebra de ciclos de violência e a transformação de comportamentos. Além dos policiais penais, os encontros incluem a participação de servidores administrativos, estagiários, monitores de ressocialização prisional (MRP) e custodiados do sistema penitenciário. 

Em Londrina, por exemplo, o ciclo de palestras reuniu cerca de 30 participantes na Penitenciária Estadual de Londrina II – Unidade de Progressão (PEL II–UP). O diretor da unidade, Michel Hildebrand, destacou a relevância de abordar a reeducação dos autores de violência: “O ciclo de palestras ‘De Homem para Homem’ tem um papel essencial no combate à violência doméstica, justamente por trazer uma abordagem que vai além da punição, apostando na reeducação e na responsabilização dos homens que cometem violência”, disse. 

A policial penal e palestrante Francieli França, que conduziu a palestra em Londrina, reforçou o alcance das ações: “As palestras deverão atingir diversos públicos relacionados ou não à Polícia Penal, considerando que o objetivo do programa é disseminar o conhecimento sobre o tema para a população em geral. Os participantes se mostraram o tempo todo interessados, considerando que a grande maioria conhece ou já conheceu ao menos uma mulher que sofreu algum tipo de violência doméstica”, destacou. 

Já o policial penal Dilson Carvalho explicou o objetivo de mudança cultural por trás do projeto: “A palestra tem objetivo de mudar a mentalidade sócio-cultural de homens para que exerçam um papel de defensores e também tem o objetivo de restaurar homens que tenham o perfil violento de abusador, trazendo-os para o lado da prevenção”, afirmou. 

Na regional administrativa da PPPR em Umuarama, a ação foi recebida com grande adesão por parte de servidores e estagiários. O coordenador regional, Arnobe Lemes dos Reis, ressaltou o valor das ações educativas: “Este tipo de ação é muito importante para os servidores, visto que informação gera conhecimento. A violência contra a mulher não é um crime comum e também deve ser enfrentada com ações educativas, pois é um tipo de violência que carrega um forte componente cultural, enraizado em padrões que precisam ser transformados”, explicou. 

“A palestra serve não só como ferramenta de informação, mas também de incentivo. Muitas mulheres que sofrem abuso deixam de denunciar por falta de conhecimento ou por medo, um cenário que vem mudando no Paraná, justamente pelas ações que vêm sendo desenvolvidas no Programa Mulher Segura”, acrescentou a policial penal Fernanda Patrícia.

Além do ambiente prisional, a PPPR também tem expandido a atuação para fora dos muros das unidades, em espaços de convivência comunitária. Em Cascavel, por exemplo, uma palestra foi realizada no CRAS do bairro Cascavel Velho, com a participação de mais de 30 mulheres. 

A psicóloga e coordenadora do CRAS, Jordana Gabriela Maccarini Busquet, destacou a importância da parceria com a Polícia Penal: “O público atendido aqui é, em sua maioria, de mulheres em situação de vulnerabilidade social. Percebemos um elevado índice de violência doméstica neste território, o que nos motivou a promover essa atividade em parceria com a Polícia Penal. Mesmo com campanhas recorrentes, nunca é suficiente diante da gravidade da situação”, disse. 

Durante a palestra, os policiais penais Fernanda Diemer e Wescley Teixeira apresentaram os mecanismos legais de proteção e orientações sobre como buscar ajuda. “Nas palestras, abordamos os diferentes tipos de violência previstos na Lei Maria da Penha e apresentamos a rede de apoio existente, mostrando às participantes onde e como buscar ajuda – seja no Judiciário, seja nos serviços oferecidos pelo próprio município”, explicou Fernanda. 

Ao fim da atividade, as participantes receberam um mimo simbólico: pelúcias produzidas por pessoas privadas de liberdade, dentro de um projeto de reintegração social apoiado pelo Conselho da Comunidade de Cascavel. 

As palestras do Programa Mulher Segura seguem sendo realizadas até dezembro deste ano em todas as nove regionais administrativas da PPPR, com planejamento articulado entre as coordenações regionais e as unidades, respeitando a logística local.

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