Na manhã desta quinta-feira (24), a Polícia Penal do Paraná (PPPR) inaugurou a estrutura da Base do Setor de Operações Especiais (SOE) de Londrina. O local tem o objetivo de atender as demandas de tratativas administrativas e de treinamento operacional da equipe, outros setores do departamento e também todas as forças de segurança da região.

O evento reuniu os coordenadores das nove regionais administrativas da PPPR e diferentes autoridades policiais do departamento. Os alunos do Colégio Militar de Londrina estiveram presentes e foram responsáveis pela execução do hino nacional com sua orquestra.

O novo espaço conta com sala de aula para até 45 alunos, estande de tiro, espaço de treinamento físico com tatame e academia, todos projetados por um também policial penal da região.

A regional administrativa de Londrina conta com cinco penitenciárias prisionais e 17 cadeias públicas espalhadas em grande extensão territorial, abrangendo cidades como Cornélio Procópio, Jacarezinho e Apucarana, e atendendo um montante de quase oito mil pessoas privadas de liberdade.

O diretor-adjunto da Polícia Penal do Paraná (PPPR), Mauricio Ferracini, destaca a importância de boas estruturas no aperfeiçoamento profissional dos servidores da instituição, pois demonstra o avanço contínuo do departamento.

“A Polícia Penal do Paraná tem avançado sobretudo no aperfeiçoamento profissional dos servidores. Portanto, a criação do centro de treinamento e dessa estrutura exclusiva do Setor de Operações Especiais de Londrina, com a qualidade com a qual foi criada, significa o avanço e a clara adequação das atividades que a Polícia Penal vem realizando em todo o estado”, ressalta.

O promotor do Ministério Público do Trabalho, Heiler Natali, frisou a importância da existência de um local apropriado para que as forças policiais estejam sempre em treinamento e, consequentemente, que toda a sociedade seja beneficiada.

“Todas as forças de segurança poderão fazer uso desse espaço. Isso é o que faz com que a destinação da estrutura tenha um motivo até maior, e que toda a sociedade possa ser beneficiada. Uma força de segurança precisa estar extremamente sempre bem preparada a todo momento”, disse.

A estrutura teve o investimento aproximado de 2 milhões de reais da Polícia Penal, Ministério Público do Trabalho e de empresas da iniciativa privada que se sensibilizaram com as necessidades da do Setor de Operações Especiais da cidade.

A obra durou cerca de seis anos, com a importante contribuição das direções das unidades prisionais de Londrina, sobretudo na disponibilização e qualificação da mão de obra de pessoas privadas de liberdade, que atuaram na execução da construção.

HOMENAGEM – O Centro de Treinamento e Instrução da base do SOE Londrina foi nomeado como “Thiago Borges de Carvalho” em homenagem ao policial penal responsável pela implementação do grupamento de operações especiais no interior do estado do Paraná, em 2014. Carvalho teve sua vida ceifada em 2016, aos 33 anos, em uma emboscada durante  retorno de um procedimento de revista na Penitenciária Estadual de Londrina II (PEL II).

“É uma mensagem de seriedade, de dedicação e que, mesmo sem nenhum recurso, quando se acredita, reúne-se muitas pessoas ao redor de um propósito. Thiago não é mais um de nós, mas carregamos essa mensagem no nosso coração e na instituição”, declarou o diretor-adjunto.

O coordenador regional de Londrina, Reginaldo Peixoto, ressaltou que o espírito de união retratado no evento, expressa exatamente o que Carvalho batalhou para que existisse junto aos colegas de trabalho. 

“Isso denota a certeza de que estamos no caminho certo e que a Polícia Penal do Paraná encontra-se em um crescente desenvolvimento, tornando-se também uma grande força da segurança pública”, enfatizou.

O chefe do SOE Londrina, Maurílio Avelar Junior, conta que o luto pela morte do companheiro de trabalho foi transformado em determinação para mudar a realidade dos policiais penais: “Isso foi algo que nos abalou muito na época. Dali em diante, começamos essa luta para melhorar nossas condições de trabalho. O Estado nos equipou melhor, com veículos e armas”, recorda.