Projeto “Entre Páginas e Vozes” leva literatura e diálogo para apenadas da Cadeia Pública Feminina de Altônia 06/06/2025 - 10:23

Nesta quinta-feira (5), o projeto “Entre Páginas e Vozes”, desenvolvido na regional administrativa da Polícia Penal do Paraná (PPPR) de Umuarama, promoveu mais um encontro entre mulheres privadas de liberdade e residentes técnicas na Cadeia Pública Feminina de Altônia. Desta vez, com a temática “Entre refletir e remoer”. A atividade, conduzida em formato de roda de conversa, contou com a participação de cerca de 13 apenadas e 3 residentes técnicas, em um espaço dedicado à escuta, à troca e à construção coletiva de sentidos.

Esta roda de conversa integrou a série de encontros desenvolvidos pelo projeto, que tem como proposta articular literatura, escuta qualificada e diálogo entre diferentes saberes, com foco na valorização da dignidade, do cuidado e do fortalecimento de vínculos humanos dentro do sistema prisional.

Nesta edição, as participantes foram convidadas a refletir sobre a temática a partir do poema “Refletir e Remoer”, presente no livro A Aldeia em Mim, de Lauana R. Pereira — obra que segue como guia afetivo e político dos encontros, e que foi doada em 30 exemplares para o desenvolvimento das atividades. O poema, que percorre com sensibilidade questões profundas sobre sentimentos, dúvidas e o movimento entre pensar e insistir no pensar, serviu como ponto de partida para conversas marcadas pela emoção, reconhecimento e acolhimento mútuo.

A mediação ficou a cargo de uma psicóloga residente, com o apoio de duas residentes do curso de Direito. Juntas, elas acompanharam o grupo e facilitaram as discussões, que exploraram as diferenças entre refletir e remoer, e como essa distinção pode auxiliar na elaboração de vivências emocionais. Os relatos e reflexões das participantes revelaram experiências de dor, força e desejo de reconstrução de si.

O coordenador regional de Umuarama, Arnobe Lemes dos Reis, expressou apoio à iniciativa e destacou sua importância. “O projeto Entre Páginas e Vozes é um exemplo concreto de como é possível promover cuidado, educação e dignidade dentro do sistema prisional. Ver essas mulheres refletindo sobre si mesmas por meio da literatura nos mostra o quanto esses espaços transformadores são necessários e eficazes. É um projeto que merece ser fortalecido e expandido para outras unidades”, disse.

O projeto Entre Páginas e Vozes segue se consolidando como uma iniciativa potente de articulação entre literatura, cuidado e justiça, abrindo espaço para que vozes muitas vezes silenciadas possam ser ouvidas, valorizadas e reconhecidas. A cada encontro, reafirma-se a importância de práticas que cultivem a escuta, o vínculo e a possibilidade de reexistência dentro e para além das prisões.

Na semana passada, o encontro trabalhou a autoestima como temática e contou com a participação de 18 mulheres privadas de liberdade.

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