A Polícia Penal do Paraná (PPPR) promoveu nesta terça-feira (11), na Cadeia Pública Feminina de Alto Paraná, mais uma edição do projeto “Mulheres em Cena”, em parceria com a Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres de Maringá (SeMulher). A iniciativa, que também integrou o projeto “Dignidade e Proteção”, proporcionou uma tarde de arte, cultura e reflexão a 70 mulheres privadas de liberdade.

O projeto faz parte de um conjunto de ações culturais desenvolvidas ao longo do ano, com o objetivo de utilizar a arte como instrumento de reflexão, transformação e reinserção social. Entre as atividades promovidas pela SeMulher estão exibições de filmes, leituras coletivas e outras dinâmicas que estimulam o autoconhecimento e o fortalecimento emocional.

Nesta edição, foi exibido o filme “A Thousand and One”, um drama que aborda temas como maternidade, vulnerabilidade social, resistência e reconstrução de vidas marcadas pela exclusão. A narrativa, centrada em uma mãe que luta para recomeçar e proteger seu filho, despertou nas participantes reflexões sobre força feminina, superação e esperança diante das adversidades.

Após a exibição, foi promovida uma roda de conversa sobre os temas tratados no longa, incluindo a diferença entre prisão física e mental, o valor da paciência e da disciplina, o poder do conhecimento, o perdão e o arrependimento.

O coordenador regional da PPPR em Maringá, Júlio César Vicente Franco, ressaltou a importância de ações interinstitucionais como essa. “Parcerias como essa fortalecem o trabalho da Polícia Penal e mostram que a reintegração social depende de iniciativas contínuas e humanas. É um passo importante para que cada pessoa em cumprimento de pena possa reconstruir sua história com dignidade”, afirmou.

Para a gestora da unidade prisional, Sandreli Ortiz Frasson, o cinema tem papel essencial no processo de reinserção social. “Filmes que tratam de temas como maternidade e desigualdade social tocam profundamente essas mulheres. Muitas se reconhecem nas personagens e sentem que suas histórias são vistas e valorizadas. O cinema promove educação cultural, reduz tensões internas e cria pontes simbólicas com o mundo exterior”, afirmou.

“Acreditamos no poder da arte como ferramenta de sensibilização e mudança de comportamento. Quando essas mulheres entram em contato com histórias de superação, elas se reconhecem, se inspiram e começam a reconstruir suas trajetórias com mais esperança”, destacou Olga Agulhon, idealizadora do projeto e quem conduziu o momento de debate e reflexão.

A SeMulher também realizou a doação de absorventes às mulheres da unidade, uma ação que integra a política de promoção da saúde e do respeito aos direitos das mulheres em situação de vulnerabilidade, valorizando a dignidade e o bem-estar.