A parceria da Polícia Penal do Paraná (PPPR), através da Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão (PEFB), com o Conselho da Comunidade local, a Vara de Execuções Penais (VEP) do Tribunal de Justiça de Francisco Beltrão, o Ministério Público, a Defensoria Pública, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Universidade Paranaense (Unipar), desenvolveu o “Projeto (Re)Tornar: Construindo Sentidos para a Liberdade”, oriundo do Projeto Ressignificar e dos Círculos de Justiça Restaurativa que já ocorrem com os pré egressos da PEFB, mas que agora passa a ter sua própria autonomia, realizando atendimentos individualizados focados em psicologia, nos quais alunos da Unipar desenvolvem as atividades em conjunto com o setor de psicologia do Conselho da Comunidade, tornando mais prático, célere e ágil os trabalhos já desenvolvidos na unidade.

As práticas desenvolvidas pelo Projeto (Re)Tornar são fundamentadas pela metodologia dos círculos de justiça restaurativa e os princípios da psicologia, social promovendo cuidado, escuta e a construção de novos sentidos de vida aos custodiados em progressão de regime, objetivando a diminuição do retorno ao cárcere e da reincidência criminal.

O coordenador regional da PPPR em Francisco Beltrão, Antônio Marcos Camargo de Andrade, destaca a importância destes projetos com o objetivo de reduzir a reincidência e afirma que os números já comprovam que a oferta de trabalho, educação, atendimentos e restauração de vínculos são importantes na diminuição dos índices de retorno. “Trata-se de mais um aporte do que já está sendo feito em nossa regional. É importante que as pessoas que estão em privação de liberdade tenham suporte psicológico e educacional, para que saiam daqui diferenciadas, sentindo-se valorizadas. São várias entidades que fazem parte deste projeto e isso tem uma grande importância, pois estão atuando em conjunto em prol de mudanças na vida dos custodiados. Também é preciso que as PPL abracem o projeto”, afirmou.

A psicóloga do Conselho da Comunidade, Vanessa Nunes dos Santos, reforça que além do trabalho com os privados de liberdade da PEFB, o (Re)tornar também oferece suporte aos servidores da unidade. “Este projeto atua com apenados selecionados e que estão prestes a progredir de regime. Desta forma, a cada encontro realizado em grupo dentro do Projeto Ressignificar, nós convidamos os custodiados para um atendimento psicossocial de forma individualizada, no Projeto (Re)tornar. Desde o início destas ações, todos os custodiados que participam do primeiro projeto, acabam também participando do segundo, consolidando o sucesso destas atividades. Além deste trabalho, o (Re)tornar também oferece atendimento aos servidores da PEFB. Nós entendemos que, para que as coisas funcionem de forma efetiva, também precisamos de servidores que cuide da própria saúde mental”, explicou.

O evento na PEFB contou com a presença da Juíza da VEP de Francisco Beltrão, Divângela Précoma Moreira Kuligowski; da promotora de Justiça, Maria Fernanda Salvadori Belentani; do presidente do Conselho da Comunidade de Francisco Beltrão, Antonio Da Caz; do diretor da Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão, Alessandro Bezerra da Cunha; do gestor do Complexo Social e da Central de Monitoração da regional administrativa da PPPR em Francisco Beltrão, Antonio Carlos Cappelletti Campos; bem como de representantes da OAB, Defensoria Pública, Unipar, Complexo Social e estudantes de psicologia.