O projeto Capacitar para Libertar, desenvolvido pela Polícia Penal do Paraná (PPPR) na Penitenciária Estadual de Londrina II – Unidade de Progressão (PEL II – UP), integra a 2ª coletânea de “Boas práticas de trabalho e renda no sistema prisional”, publicada pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).

A cartilha reúne trabalhos de sucesso desenvolvidos pelo país voltados ao valor social no ambiente prisional, servindo como modelo e inspiração para gestores e autoridades, além de promover a sensibilização nacional sobre os conceitos de ressocialização.

O projeto divulgado possui uma equipe multidisciplinar e convênios com empresas e escolas de capacitação profissional. O principal objetivo é preparar pessoas privadas de liberdade para o mercado de trabalho formal em áreas como construção civil, elétrica predial e refrigeração.

Além disso, o projeto também oferece qualificação em informática básica, empreendedorismo e competências emocionais para o trabalho, visando aprimorar ainda mais as habilidades do indivíduo.

Na formação, são entregues cartões de visitas e uniformes personalizados com identidade visual própria, e cadastro no sistema de Microempreendedor Individual (MEI).

O diretor-adjunto da Polícia Penal do Paraná, Mauricio Ferracini, destaca que o reconhecimento nacional de projetos de trabalho e educação da instituição representa o desenvolvimento da instituição e reitera o trabalho realizado em unidades de progressão.

“Ter iniciativas do Paraná contempladas em divulgações nacionais é de fato um motivo de muita alegria. Além de ser um grande prêmio, é uma demonstração de que o projeto inovador da Polícia Penal de tratamento penal humanizado nas unidades de progressão que, hoje se torna uma referência, está no caminho certo”, declara.

A iniciativa foi criada em parceria com o Ministério Público do Trabalho, com o investimento inicial de R$ 250 mil reais. Em dois anos, já foram 125 pessoas privadas de liberdade beneficiadas pelo projeto. No momento, está em andamento a nona turma de capacitação com treinamento em técnicas de gesso, aramado e drywall. 

Além da qualificação técnica especializada, o projeto se destaca por seu diferencial social. Os alunos selecionados passam por atendimentos psicológicos que visam trabalhar a desconstrução da prisionização e o desenvolvimento de competências sócio emocionais.

O coordenador regional de Londrina da Polícia Penal, Reginaldo Peixoto, destaca o quão inovador é o trabalho desenvolvido: “O Capacitar para Libertar quebra paradigmas dentro da execução penal, proporciona o retorno digno e preparado do apenado ao seio da sociedade. Essas pessoas passam a ter condições de proporcionar um sustento digno para si e para seus familiares”, disse.

O diretor da PEL II – UP, Emerson das Chagas, ressalta que o projeto oportuniza à pessoa privada de liberdade a reinserção na sociedade através de um trabalho autônomo.

“Com o MEI e a iniciativa do empreendedorismo, aliado a uma excelente capacitação que o apenado teve para exercer a profissão, nesse viés a intenção é diminuir a reincidência prisional, efetivando nossa missão enquanto Polícia Penal”.