O Sistema Penitenciário do Paraná está completando 107 de anos de existência e, para homenagear a data, o Departamento de Execução Penal (Depen) do Paraná, organizou uma exposição de seu acervo histórico, que iniciou hoje (23), no Centro Cultural Ângelo Cambio Paredes, no Complexo Penitenciário, em Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba.

A partir de agora, todo esse acervo estará disponível para público em geral, inclusive com o atendimento a escolas e universidades.

Além de conhecer o desenvolvimento do sistema penal, por meio de diversos registros como fotos, móveis, roupas, entre outros, na exposição do Depen é possível vislumbrar um pouco da história do Paraná, já que todas as publicações oficiais do governo, até o final da década de 40, quando então a Imprensa Oficial foi criada, eram impressas na tipografia do parque gráfico penitenciário, em canteiros de trabalho composto por presos.

No local, o visitante poderá ter contato também alguns objetos curiosos, como a réplica de uma carroça utilizada, em 1909, para o transporte dos presos na Prisão Provisória de Curitiba, e o fardamento usado pelos guardas na época.

O secretário da Segurança Pública e Administração Penitenciária, Wagner Mesquita, prestigiou a exposição nesse primeiro dia. “É muito importante guardar memória, aprender com a nossa história. É revendo o passado, o momento social político, econômico e todas as alterações da sociedade, e o reflexo que isso teve no nosso trabalho, que a gente pode se preparar para o futuro”, analisa.

Para o diretor do Depen, Luiz Alberto Cartaxo Moura, a iniciativa de preservar a história é fundamental para o desenvolvimento do sistema penal. “Nós pretendemos ampliar esse museu e manter a história centenária do sistema penitenciário paranaense. É um legado que iremos deixar para toda a sociedade, uma vez que os homens passam, mas o trabalho e todos esses aspectos históricos ficam”, afirma.

A visitante Ana Beatriz, que é professora e diretora do Ceebja Doutor Mário Faraco, localizado no Complexo Penitenciário de Piraquara, ficou impressionada com o que viu. “É interessante ver toda essa evolução, do jeito que as coisas se desenvolveram e agora tudo que está aqui é museu, vai ficar para a história”, comemora.

PESQUISA - De acordo com o diretor da Escola de Serviços Penais do Depen e um dos organizadores da mostra prisional, Edevaldo Miguel Costacurta, todo o trabalho de catalogação e organização do acervo foi iniciado recentemente. “Iniciamos esse trabalho no ano de 2009, e desde lá, estamos recuperando esses materiais em unidades penais, prédios do governo, ex-funcionários, enfim, um trabalho árduo, que agora pode ser visto por todos”, conta. O diretor diz ainda que o trabalho de catalogação e pesquisa do acervo continua. “Ainda temos muitos documentos e objetos para serem analisados e resgatados, por isso, buscamos agora uma parceria com o acervo público do estado e também com o museu paranaense para darmos continuidade a esse trabalho”, diz Costacurta.

ACERVO - Hoje o acervo histórico do sistema penal conta com mais de 20 mil prontuários de presos datados de 1909 a 1979, e 83 livros de registro de 1909 a 1986, além de considerável acervo fotográfico. Conta ainda com reproduções de utensílios e peças de época, como o carro condutor de presos, carteiras escolares, parque gráfico com impressoras dos anos 40 e 60, ainda em funcionamento, entre outros objetos.

A exposição ficará aberta até o próximo sábado (26), das 10h às 16h. Após essa data, atendimento somente com agendamento pelo telefone (41) 36539910.

Local: Espaço Cultural Ângelo Cambio Paredes, Colônia Penal Agroindustrial (CPAI), Avenida Brasília, s/n, Piraquara.