As unidades prisionais da região de Cascavel sediaram as Conferências Livres de Direitos Humanos, iniciativa organizada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), com a participação da Defensoria Pública e da Polícia Penal do Paraná. Realizadas entre os dias 17 e 19 de setembro, as atividades reuniram mais de 100 pessoas privadas de liberdade, que puderam compartilhar suas vivências e apresentar propostas para a 12ª Conferência Estadual de Direitos Humanos.

As conferências ocorreram na Cadeia Pública de Cascavel, na Cadeia Pública de Corbélia, na Cadeia Pública de Toledo, na Penitenciária Industrial Marcelo Pinheiro – Unidade de Progressão (PIMP-UP) e na Penitenciária Estadual Thiago Borges de Carvalho (PETBC).

Para o coordenador regional da Polícia Penal em Cascavel, Thiago Correia, a iniciativa reforça o compromisso do Estado com a cidadania e a dignidade no sistema prisional: “Os direitos humanos são para todos, inclusive para as pessoas privadas de liberdade. A formação dos profissionais de segurança pública já contempla essa temática justamente pela relevância que ela tem na nossa atuação. Promover espaços de escuta como este é fundamental para fortalecer a reinserção social e assegurar um sistema prisional mais humano e equilibrado”, afirmou.

A coordenadora da Política da Diversidade, Sandra Duarte, avalia que o evento foi um sucesso. “A conferência a tingiu os objetivos institucionais dessa política, ouviu qualitativamente as mulheres transgênero privadas de liberdade reforçando o compromisso da Polícia Penal com esse público já consignado na IV Conferência LGBTQIAPN+ do Estado do Paraná, ocasião em que se garantiu a inclusão das pessoas privadas de liberdade e egressas do Sistema Prisional nas 44 propostas aprovadas nos 4 Eixos propostos pelas Diretrizes Nacionais, isso permite avançar significativamente no processo de implementação do Plano Pena Justa no âmbito dessa política” explicou.

“As Conferências Livres foram um marco importante ao levarem o debate sobre direitos humanos para dentro das prisões. Deram voz às pessoas privadas de liberdade, permitindo que expressassem suas necessidades e esperanças. Mais que eventos, foram atos de escuta e de reconhecimento da dignidade humana. Que essas vozes inspirem ações concretas e políticas públicas que promovam reintegração e respeito à cidadania”, disse o vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da OAB Cascavel, Dr. Antenor Marcos Mateus.

As Conferências Livres possibilitaram que custodiados e custodiadas apresentassem propostas a partir de suas próprias experiências, dentro dos eixos temáticos que nortearão os debates estaduais e nacionais. Essa escuta qualificada fortalece o protagonismo e a participação social também no contexto prisional, ampliando o alcance da Conferência Estadual de Direitos Humanos.

Este evento realizado no Oeste do Estado representa uma das etapas preparatórias para as Conferências, Estadual e Nacional de Direitos Humanos que serão realizadas em outubro e dezembro.