O Centro de Integração Social (CIS) da Polícia Penal do Paraná, em parceria com o Núcleo Estadual de Políticas Sobre Drogas (NEPSD), ambos ligados a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP), criaram o Projeto Vida Nova, que trata sobre os Direitos das Mulheres na Política Sobre Drogas, com foco no enfrentamento às drogas lícitas, ilícitas e o aliciamento pelo tráfico.

O público-alvo deste projeto são as mulheres que estão cumprindo pena, custodiadas no CIS, localizado no complexo penitenciário de Piraquara.

Esta ação consiste em ofertar atividades, palestras e rodas de conversa que promovam a reflexão das mulheres sobre temas diversos conectados com o problema das drogas, promovendo o diálogo e a reflexão sobre o uso e abuso de drogas lícitas e ilícitas, em consonância com o trabalho realizado pelo CIS e a demanda emergente de esforços intersetoriais para a superação dos problemas advindos do uso e abuso de drogas para o público feminino.

Para o diretor-geral da Polícia Penal do Paraná, Osvaldo Messias Machado, esta ação vem a somar com os objetivos do CIS, que é o tratamento das pessoas em situação de privação de liberdade. “Este é um projeto que vem de encontro a uma problemática que nós temos dentro do sistema prisional, que é o uso de drogas lícitas e ilícitas. A maior parte das pessoas que estão privadas de liberdade estão lá por alguma situação referente ao uso ou tráfico de drogas. Nosso objetivo é trabalharmos esta questão das PPLs que hoje enfrentam estes problemas. É um programa que vem a nos ajudar para que a gente possa minimizar esta situação”, disse Osvaldo.

A diretora do CIS, Marilu Katia da Costa, explica que estas ações também desenvolvem habilidades e auxiliam nas tomadas de decisões mais assertivas das participantes. “Que bom que este projeto está sendo realizado nas dependências do CIS. Os temas abordados fazem parte de estratégias eficazes para promover a conscientização e mudança de comportamento destas mulheres em relação ao mundo das drogas. Através da oferta de vivências positivas, o projeto auxilia as participantes no desenvolvimento das habilidades e também na tomada de decisões mais assertivas em relação ao uso de drogas e tantos outros desafios que possam enfrentar durante sua vida”, afirma.

O delegado de Polícia Civil e coordenador do NEPSD, Renato Figueiroa, diz que um dos objetivos é fazer com que elas não recaiam ao envolvimento com drogas no futuro. “Trabalhamos para prepará-las para o retorno à sociedade, mostrando a elas que os erros do passado não precisam ser repetidos no futuro, e que existe um mundo sem drogas. Há uma estrutura familiar esperando por elas lá fora”, destaca.

As palestras e atividades a serem desenvolvidas terão foco especial no que tange o impacto na vida social, familiar e na espiritualidade, refletindo sobre o envolvimento do aliciamento, consumo de drogas e álcool e as vulnerabilidades presentes.

CIS – O Centro de Integração Social é uma unidade de progressão em regime fechado de segurança mínima. Trata-se de uma unidade voltada à ressocialização de mulheres privadas de liberdade e que é pautada pelos princípios da Justiça Restaurativa.

A unidade tem capacidade para 162 PPLs, sendo que atualmente realiza a custódia de 97 mulheres, em sua maioria entre 20 e 35 anos.

O CIS visa possibilitar de forma digna o retorno dessas mulheres em suas comunidades e, para isso, são trabalhadas a formação continuada, em conteúdos que preparam não só para a inserção no mercado de trabalho, mas que ajudam na superação dos desafios e preconceitos que existem na sociedade, abordando questões comportamentais e éticas, de maneira que o impacto de suas ações passadas não interfira nem diminua as condições de reintegração social.

Metodologia – O projeto terá duração entre os meses de julho e outubro, com realização de roda de conversa e formação de grupos de auto-mútua ajuda. A cada semana será realizado o debate de um tema, conduzido por meio do método de 12 passos da Pastoral da Sobriedade.

Ressalta-se que este projeto não tem cunho religioso, centrando-se na espiritualidade de cada indivíduo. As exposições de temas pelo palestrante serão precedidas de roda de conversa com as mulheres para solucionar dúvidas e reflexão do tema.

Serão 12 encontros, sempre às sextas-feiras, entre 15h e 16h30, na sede do CIS. Ao final do projeto serão fornecidas, para todas as mulheres que cumprirem os 12 passos, medalhas de participação dos 12 passos da Pastoral da Sobriedade e um evento de celebração será organizado pelas direções do CIS e do NEPSD.